6 minutos – O cheque especial ainda é caro demais: veja 5 dicas para fugir dessa encrenca

  • 02/12/2019
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Na semana passada, o CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou uma resolução redesenhando o cheque especial como produto bancário no país.

Entre as mudanças, destaque para o teto de 8% ao mês nos juros cobrados do consumidor. No acumulado de um ano, a nova taxa máxima para o cheque especial representa cerca de metade dos antes exorbitantes 306%.

Especialistas ouvidos pelo 6 Minutos, no entanto, alertam que esse ainda é um patamar alto demais e que o mais recomendável é não utilizar esse recurso em praticamente nenhuma situação. “Uma exceção talvez seja para casos realmente emergenciais, mas mesmo assim o ideal ainda é que a pessoa tenha uma reserva de segurança, que esteja aplicada e ela possa resgatar imediatamente”, alerta Annalisa Dal Zotto, planejadora financeira da Par Mais.

Para o economista Agostinho Pascalicchio, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o uso recorrente do cheque especial ainda pode sinalizar eventual descontrole das finanças pessoais. “O banco acompanha e sabe que todo mês o cliente faz o uso dessa linha mais cara muitas vezes por falta de recursos”.

Como sair do cheque especial?

Para te ajudar a sair dessa roubada, o 6 Minutos elenca cinco dicas extraídas das conversas com os dois especialistas.

1 – Entenda o que está acontecendo. Cedo ou tarde, quem está com dificuldades e pretende ficar em dia com as finanças precisará recorrer à primeira lição de planejamento financeiro: saber tudo que entra e tudo que sai do bolso durante um mês.

Também é preciso registrar o que são gastos fixos, que vão acontecer todos os meses, e o que foram despesas pontuais. Dito isso, são duas as principais razões que podem estar te fazendo cair sempre no cheque especial:

  • Você está gastando mais do que está ganhando;
  • Parte das suas despesas mensais está vencendo antes da sua renda entrar na conta.

2 – Conheça as suas alternativas (certamente mais baratas). Vamos supor que você chegue à conclusão que seus gastos estão maiores do que a sua renda. Além de um padrão de vida acima do que cabe no orçamento, isso também pode estar acontecendo por dívidas financeiras, incluindo o próprio cheque especial, que se você está usando frequentemente certamente está agravando a situação.

Nesse caso, junto com o diagnóstico, o registro da dica 1 deve ser reaproveitado para definir a estratégia. A primeira coisa é ver quanto você precisa para regularizar suas dívidas e a qual taxa de juros elas estão contratadas.

O próximo passo é buscar uma renegociação ou substituir a dívida por outra com taxa menor. Se você tiver um emprego fixo, o empréstimo consignado, com desconto em folha, costuma ter as menores taxas. Outra possibilidade são plataformas que reúnem instituições interessadas a emprestar mais barato. Nós falamos um pouco mais sobre isso aqui.

3 – Saber quanto paga é essencial, mas quando se paga cada coisa também é importante. Segundo uma pesquisa do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), 20% dos brasileiros usaram o cheque especial no último ano. Desse total, 40% caem nesse limite da conta todos os meses.

Outra das razões possíveis, como citamos acima, é o seu calendário de pagamentos. Quando você listar tudo que gasta por mês, aproveite para anotar quando vence cada uma das suas prestações e compromissos.

Se por um acaso você está gastando parte do que recebe antecipadamente, a primeira opção é ver quais pagamentos podem ser remanejados de data, com mudanças no vencimento, para que você não precise entrar no cheque especial. Para os principais prestadores de serviço, como cartões de crédito, isso quase sempre é possível.

Dica bônus: Por outro lado, alguns compromissos podem ser fixos, sem possibilidade de mudança. Nesse caso, fique atento porque é possível negociar com instituições financeiras um número de dias sem juros no cheque especial.

Mesmo assim, considere isso como uma segunda opção. O ideal ainda é que você economize e se planeje, então, para ficar um mês à frente do vencimento.

4 – Daqui para a frente: faça uma reserva de emergência. Não adianta se enganar, a vida é repleta de situações imprevisíveis. Tratamentos médicos, consertos de carros, problemas com o celular, entre outros, acontecem. Por isso, a primeira dica do planejamento financeiro é constituir uma reserva de emergência.

Não há limite para a reserva, que deve ser capaz de cobrir alguns meses das suas despesas recorrentes. No mínimo, como alerta a planejadora Annalisa Dal Zotto, é preciso ter o equivalente a um mês dessas despesas.

5 – Dividir o orçamento em “caixas” pode ser uma boa ideia. Já falamos que despesas recorrentes, despesas pontuais e dívidas devem ser vistas como coisas diferentes. Dito isso, é importante estabelecer limites e proporções para cada um desses gastos.

Não há um consenso sobre qual é a proporção ideal — e ela também vai inevitavelmente variar de acordo com a vida e os compromissos de cada pessoa. No entanto, o importante é saber que o bolo é um só: se um desses gastos sobe, inevitavelmente os outros precisam cair.

O professor Agostinho Pascalicchio compartilhou a sua recomendação: as despesas recorrentes, na visão do docente, não devem superar 50% da renda líquida mensal. As despesas pontuais devem girar em torno de 35%. Já os 15% restantes podem ser vistos da seguinte forma: se a pessoa está endividada, é este o montante ideal para parcelas.

Superado o endividamento, também é uma proporção boa para se poupar e investir, em uma divisão de dois terços (10%) para investimentos de curto prazo e formação de reservas e um terço (5%) em aplicações que olhem lá na frente — para a aposentadoria, por exemplo.

Confira a matéria na íntegra: https://6minutos.com.br/minhas-financas/o-cheque-especial-ainda-e-caro-demais-veja-5-dicas-para-fugir-dessa-encrenca/

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