Seguros
Nossa tendência natural ao fazer um planejamento financeiro familiar é pensar, por exemplo, em quanto eu preciso guardar para ter uma aposentadoria confortável no futuro e onde investir bem esse dinheiro para ter um bom retorno.
Para materializar, imagine que você leu a edição 6 da news (disponível aqui) e decidiu começar a economizar R$2.000,00 por mês e aplicar em investimentos que rendam 4% ao ano acima da inflação. Seu objetivo é ter R$1 milhão daqui a 25 anos para uma aposentadoria confortável.
Passados 20 anos, mesmo com desvios de percurso, você já acumulou R$800 mil e vai conseguir chegar a R$1 milhão nos próximos 5 anos. De repente, descobre que seu filho vai precisar urgentemente de um tratamento de saúde, disponível somente em um hospital de referência que fica em São Paulo.
Chegou a hora de usar o plano de saúde e quando você vai entender melhor as coberturas para dar entrada no tratamento do seu filho, percebe que sua família possui um plano regional, que cobre somente tratamentos no seu estado (que neste exemplo, não é SP).
Resumo da ópera:
- Custo total do tratamento particular = R$500 mil
- Você raspa os investimentos e cobre o tratamento do seu filho
- Depois disso, você tem R$300 mil em investimentos e, ao refazer os cálculos do seu plano, descobre que tem 2 opções:
- Reduzir muito o padrão de vida para se aposentar nos próximos 5 anos, conforme previsto; ou
- Trabalhar por mais 12 anos e passar a poupar R$2.500,00 por mês para manter o padrão de vida que leva hoje.
Proteções para seu plano
Durante os trabalhos de planejamento financeiro com meus clientes e também em conversas com amigos, é muito comum perceber que a atenção está sempre voltada para a organização financeira, controle de despesas, investimentos, compra de bens, etc.
Fazer um planejamento financeiro somente com este olhar é como montar um time de futebol somente com meio campo e ataque, esquecendo da defesa e do goleiro. Matematicamente, a chance de dar errado será algo como 100%.
Vou deixar aqui alguns exemplos de proteção que recomendo você entender se faz sentido para seu momento de vida atual.
Vida
Se você morrer, alguém passará necessidade financeira? Alguém depende de sua renda para viver?
Na grande maioria dos casos, o seguro de vida tem 3 objetivos:
- Dar tranquilidade financeira por um período ao cônjuge / companheiro(a) que fica. Exemplo: uma renda de R$5.000,00 por mês, durante 3 anos.
- Garantir a educação do(s) filho(s). Exemplo: uma renda de R$5.000,00 por mês até ele(a) completar 25 anos.
- Cobrir custos de inventário: no falecimento de alguém, o(s) herdeiro(s) terão custos. Exemplo: os custos e inventário serão de R$100 mil. (se quiser entender mais, abordei este tema na edição 7, disponível neste link)
Dica de leitura: este artigo da ParMais aborda alguns tipos de seguro de vida e explica melhor a importância de planejar.
Invalidez permanente
Caso você perca totalmente a capacidade de gerar renda de trabalho (exemplo: um cirurgião que perde os movimentos da mão), como ficará sua vida financeira? Você tem um patrimônio que gera renda suficiente para manter seu padrão de vida atual?
O seguro invalidez serve para garantir renda nesses casos.
Exemplo: Gustavo é médico, tem 50 anos e gasta R$15.000,00 por mês. Se ele perder a condição de trabalhar, conseguiria ter uma renda de R$10.000,00 por mês com INSS e aluguéis.
Solução: decidiu contratar um seguro invalidez com cobertura de R$1 milhão, que lhe garantiria uma renda de R$5.000,00 por mês durante 30 anos.
Perda temporária de renda
Quando você fica sem trabalhar, continua recebendo normalmente ou sua renda diminui?
Vamos usar o mesmo exemplo do Gustavo (acima). Se ele não estiver trabalhando, sua renda cai de R$15.000,00 para R$10.000,00 por mês. Porém, ele precisa da renda integral para não atrapalhar seu planejamento financeiro. Solução: contratar um seguro que, no caso de ficar temporariamente impossibilitado de trabalhar, garanta uma renda de R$5.000,00 por mês.
Saúde
Plano de saúde você conhece e já tem uma noção da importância dele. Então, vou trazer aqui o que eu entendo ser o principal motivo de contratar cobertura de saúde e a diferença entre plano e seguro saúde.
1. Por que contratar um plano ou seguro saúde?
Para não precisar pagar consultas e exames → ERRADO!
Por mais caro que seja, pagar por uma consulta ou exames em uma clínica particular não vai quebrar você financeiramente. Porém, um tratamento de saúde com internação por alguns meses pode custar R$500 mil, R$1 milhão, ou até mais. Isso pode quebrar você.
Conclusão: plano ou seguro saúde servem para cobrir custos com internação e tratamentos específicos e muito caros.
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