Você deve estar com uma montanha de informações sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. Jornais, redes sociais, conversas no dia a dia. Mas quero deixar o link deste vídeo do Fernando Ulrich que o Amorim (gestor de investimentos da ParMais) compartilhou comigo e que gostei muito. Uma verdadeira aula!

Meu sentimento sobre a guerra? Bem, não deve ser muito diferente do seu. É inacreditável vivermos isso logo depois de termos passado dois anos em um processo de aprendizado intenso com a pandemia.

Mas seguimos.

"Tenho R$2.500.000,00 investidos em renda fixa, ações, FIIs e previdência privada, além de 2 imóveis de R$1.000.000,00 cada. Vale a pena abrir uma empresa e transferir meu patrimônio para ela? Isso ajudaria a diminuir o IR caso eu fosse viver apenas com os rendimentos desses investimentos?”

Quando bem implementadas, as administradoras de bens próprios (popularmente conhecidas como "holding patrimonial") possuem algumas vantagens. Entre elas eu considero as principais:

• Reduzir impostos. Por exemplo: na venda de imóveis, na renda de aluguéis e na sucessão.
• Viabilizar regras de sucessão. Por exemplo: determinar regras de tomada de decisão sobre os bens.

Respondendo à pergunta de forma objetiva:
Caso o intuito seja somente redução de impostos, na minha opinião, não faz sentido transferir os R$2,5 milhões em investimentos e os dois imóveis de R$1 milhão cada para uma empresa administradora de bens.

Motivos:

• Investimentos: os impostos sobre investimentos financeiros são menores na Pessoa Física (PF) do que na Jurídica (PJ). Por exemplo:
  • LCI, LCA, CRI, CRA, Fundos imobiliários → isento na PF / até 34% na PJ
  • Fundos de renda fixa → 15% - 22,5% na PF / até 34% na PJ
• Imóveis: considerando que seus imóveis geram ~0,5% ao mês de renda de aluguel, essa renda seria de R$5.000,00 (0,5% x 1.000.000,00) por mês e a tributação seria:
  • R$505,64 (~10%) na PF (fonte: tabela IR Receita Federal). Obs.: considerando que essa seja sua única fonte de renda tributável.
  • Aproximadamente R$600,00 (~12%) na PJ. Obs: além dos impostos, você precisa considerar o custo de abertura da empresa, o ITBI (imposto de transmissão de imóveis, se aplicável a este caso em seu município) os custos mensais com contador, tarifa de conta PJ e outros.

Importante ressaltar aqui que, mesmo que não faça sentido do ponto de vista tributário (que é o seu caso), pode ser interessante do ponto de vista sucessório.

Caso você esteja em situação parecida e queira ter clareza se uma administradora de bens seria uma boa estratégia no seu caso, minha sugestão é a leitura deste artigo do blog da ParMais e também fazer contato com alguém do time. Com certeza isso dará suporte à sua decisão.

Espero que a resposta tenha sido útil para você ou para alguém que você conheça e esteja com essa mesma dúvida.

"O poço anda bem cheio para que adotemos o “modo positividade a todo custo”. Simplesmente desconsiderar e fazer pouco de sentimentos negativos próprios e dos outros, sem nem ao menos permitir que se entre em contato com eles, não pode ser boa saída."

Tirei essa frase deste texto do Nexo Jornal.

Por que o texto me fez bem?

Não sei como é por aí, mas eu ainda tenho certa dificuldade de entrar em contato com sentimentos como raiva e tristeza (o que o texto chama de "negativos", mas eu aprendi que são só sentimentos diferentes daqueles que gostamos de sentir, como felicidade e amor). Por causa disso, minha tendência natural é evitá-los a qualquer custo.

Perceber que você pode - a Si (minha terapeuta) usaria "você deve" - se permitir estar em contato com todos os seus sentimentos ajuda bastante e evita cairmos na positividade tóxica que o texto menciona.

Nada fácil, mas faz muito bem quando eu consigo.