Papel
& Caneta
#30

Imóvel na planta e o CUB
15 de Outubro de 2021

Amenidades Dinheiro Me fez bem

Simbora?

Amenidades
Espaço para aquela parte mais amena (e muito gostosa!) da conversa.

Eu gosto muito de supérfluo. Digo mais: eu AMO supérfluo! Aliás, um dos objetivos de eu me organizar bem financeiramente é para poder continuar tendo supérfluos na vida.

Eu não gosto de desperdício. Na verdade, eu ODEIO desperdício.

Para entender melhor, vamos às definições:

supérfluo
adjetivo substantivo masculino
que ou o que ultrapassa a necessidade, que é mais do que se necessita.

desperdício
substantivo masculino
despesa ou gasto exagerado; esbanjamento.
todas as coisas que não se aproveitam; sobras.
Fonte: Oxford Languages

Eu não sei como é para você, mas o supérfluo coloca muita alegria na minha vida.

Tenho o privilégio de, a partir da família que nasci, da minha criação, formação e da minha dedicação, estar em uma condição que me permite suprir minhas necessidades básicas (moradia, comida, saúde, vestuário…) e ainda ter dinheiro para colocar em supérfluo.

Alguns exemplos simples e diretos sobre isso:

Comida:

  • Necessidade básica: comer um prato de comida nutritiva no almoço
  • Supérfluo: comer um docinho e tomar um café depois do almoço
  • Desperdício: se servir demais e jogar boa parte da comida ou da sobremesa fora

Roupa:

  • Necessidade básica: ter o que vestir
  • Supérfluo: comprar uma roupa bonita, que custa mais caro, mas com a qual eu me sinto bem e uso muito
  • Desperdício: ter no guarda-roupas peças que eu só usei uma vez no último ano (para não citar aquelas que ainda estão com a etiqueta)

“Poxa, Jailon, deixa de ser caxias. Fazer isso de vez em quando não empobrece ninguém.”

Eu concordo e está tudo bem (para o seu bolso e para o meio ambiente) se isso acontece raramente. Então, minha provocação aqui é para que a gente pense no dia a dia e que pelo menos perceba quando isso acontece.

Dinheiro
Espaço para responder perguntas sobre finanças pessoais e investimentos que recebi de leitores aqui da news, clientes, familiares, amigos, conhecidos...

"Comprei um imóvel na planta por R$1.000.000,00 há um ano para investir e pretendo vendê-lo na entrega das chaves com lucro. O corretor disse que eu conseguiria 30% de ganho em 3 anos e com a Selic abaixo de 5% na época, me pareceu um ótimo negócio. Dei uma entrada de 15% do valor, estou pagando parcelas mensais + reforços semestrais e na entrega terei 60% do valor a pagar via financiamento, tudo é corrigido pelo CUB até a entrega das chaves. Ontem pedi para a construtora me enviar o saldo devedor atualizado e quase caí da cadeira. O imóvel já vai me custar R$1.200.000,00 só pela correção do CUB (Custo Unitário Básico / m2) até aqui (sem contar correções futuras). Devo tentar vender o imóvel já, ou ainda assim vale aguardar a entrega das chaves?"

Uma reflexão introdutória:

Percebo que muitos investidores fizeram esse movimento (aplicações financeiras → mercado imobiliário) desde o início da pandemia. O principal motivo é a baixa rentabilidade dos investimentos financeiros conservadores e também a instabilidade do mercado e, consequentemente, do mercado de ações no Brasil.

Resumo: tem sido muito desafiador ganhar dinheiro investindo no mercado financeiro nos últimos 2 anos.

Alguns números dos últimos 12 meses:

  • Imóveis (média) = 5,17% (fonte: FipeZap). Sim, eu sei que você conhece alguém que comprou um terreno há 12 meses e hoje ele vale o dobro, mas acredite, esse caso é uma exceção.
  • CDI = 3% (fonte: B3)
  • Ibovespa = 14% (fonte: B3)
  • Dólar = -0,2% (fonte: Bacen)
  • A inflação foi de 10,25% (fonte: IBGE)

Ou seja, a dificuldade de fazer seu dinheiro render foi geral no último ano.

Minha resposta (não é uma verdade absoluta)

Sugiro que você busque algumas informações para embasar sua decisão:

  • Levante o valor por metro quadrado da região e compare com o seu imóvel, já considerando a correção do CUB até aqui. Ex.: se o seu imóvel tem 100 m2 e o valor corrigido está em R$1.200.000,00, o valor por m2 é de R$12.000,00. Caso esteja sendo praticado um valor pelo menos igual a esse na região, bom sinal. Importante: compare imóveis de mesmo padrão que o seu.
  • Supondo um CUB de 20% nos próximos 2 anos (chutão estimativa de alguém que não é especialista no assunto, somente para dar mais didática ao exemplo), seu custo passaria para algo próximo de R$1.400.000. Ou seja, caso você ainda espere 30% de lucro bruto no investimento, seria necessário vender o imóvel por R$1.820.000 na entrega. Isso é viável, ou está fora de cogitação?
  • Fale com o(a) corretor(a) que lhe vendeu o imóvel e peça uma satisfação. É claro que ele(a) não tem culpa da alta forte do CUB (em Santa Catarina o CUB subiu 18,6% nos últimos 12 meses), mas é importante contar com especialistas no mercado imobiliário da região para te ajudar a refletir.

Por fim, minha sugestão é que você se faça uma pergunta básica, mas bem poderosa para esse tipo de situação:

Se fosse hoje, eu pagaria R$1.200.000 neste imóvel? Faria sentido para mim como investimento?

  • Se a resposta for sim, siga em frente!
  • Se a resposta for não, talvez seja a hora de vender e seguir em frente, mesmo que você saia com um lucro menor que o esperado (ou até no zero a zero)

Espero que tenha clareado um pouco as coisas por aí.

Me fez bem
Espaço para compartilhar com você algum conteúdo que me fez bem.

O final de semana passado e o feriado do dia 12 foram chuvosos aqui em Floripa. Livro, Netflix, chimarrão, sofá. Bom demais!

E quando foi a última vez que você realmente parou e ficou totalmente à toa?

O ritmo atual é tão maluco. Tenho a impressão de que até os momentos de “não-trabalho” precisam ser produtivos.

Você já sentiu uma pressão para aproveitar cada minuto de descanso a ponto de se sentir incomodado(a) quando não faz?

Eu curto muito estar com pessoas, ir à praia, fazer várias coisas no final de semana, praticar esportes… Enfim, ter uma vida ativa. Meu ponto não é sobre não viver intensamente, mas sobre essa necessidade imposta de viver intensamente a todo o momento.

Grande abraço,
Jailon

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