“Normalmente o caminho mais difícil traz paz no coração ao longo da jornada e nos leva a um futuro mais fácil.” (fui eu mesmo que escrevi essa frase, mas ela é uma variação de algumas que li por aí).

Puxei esse fio para falar sobre algo que aconteceu com a chegada da Chica aqui em casa e que tem tudo a ver com finanças.

Parêntesis: se você ainda não conhece a Chica, eu apresentei ela na edição #10

Antes mesmo da chegada dela aqui em casa falamos com amigos que têm cachorro, lemos bastante e até compramos esse livro sobre adestramento.

Nos primeiros meses de adaptação foram muitas descobertas e investimos um bom tempo nela. Descobrimos que a Chica não ficava sozinha em casa e o passeio era caótico (era ela quem levava a gente para passear). Percebemos que precisávamos de ajuda profissional e fechamos um pacote de adestramento com a Ale, do Patas Livres.

Na época não sabíamos como seria, mas tínhamos certeza de que uma ajuda de um bom profissional era fundamental.

No final de agosto ela completa 10 meses com a gente e a evolução foi incrível. Chica está bem mais parceira, conseguimos nos comunicar melhor com ela, entender as necessidades, colocar limites. Enfim, é muito clara nossa evolução juntos.

Foto: Chica faceira por ter sido citada na news de hoje

O que isso tem a ver com dinheiro?
Começar a cuidar das finanças é uma tarefa chata, cansativa e nada prazerosa. Agora, pense o quão mais dolorido será se você não escolher o caminho mais difícil de olhar para isso agora. E imagine quanta satisfação você vai sentir daqui a 10 meses se começar a cuidar do seu suado dinheiro com dedicação (leitura, ajuda profissional, troca com os amigos próximos…).
No final, voltamos para a lógica que normalmente acontece: caminho mais difícil → futuro mais leve e fácil.

Nossa renda aqui em casa é de R$15.000,00 e nossa despesa nos últimos meses (ambos trabalhando em casa) foi de R$11.000,00 por mês. Desde que voltei ao trabalho e nossa filha foi para a escola presencialmente, a conta mensal aumentou para R$14.000,00. O que eu faço?

Antes de começar, quero lhe dar os parabéns por você e seu marido estarem empregados, com renda integral e gastando menos do que ganham depois desses 17 meses insanos que vivemos!

Nas últimas semanas tenho ouvido relatos de clientes e amigos que estão retomando suas rotinas:

• Trabalho voltou no modelo híbrido
• Escolas dos filhos semana sim / semana não
• Encontro com poucos amigos

Quem teve o privilégio de poder trabalhar de casa desde março do ano passado e está voltando a uma vida mais “dinâmica” somente agora, percebeu que os preços mudaram.

Nos últimos 12 meses, nosso principal índice de inflação (IPCA) subiu 8,99%. Essa é uma média, mas se você voltou a andar bastante de carro sentiu ainda mais, pois o combustível subiu 40%. Se fosse “só o combustível” ou “só a alimentação” que estivessem mais caros, seria relativamente mais fácil. Mas os preços aumentaram de maneira geral.

Minha recomendação é que você volte para suas contas (papel, planilha, aplicativo…) e revise o orçamento linha a linha (quando eu digo “linha a linha”, isso passa inclusive por entender se o pacote de TV a cabo e os serviços de streaming que você assinou durante a pandemia ainda estão sendo usados no dia a dia).

Tenho certeza de que, em um exercício de 2 ou 3 horas no final de semana (abra aquele vinho ou pegue seu suco preferido e sente-se no sofá para relaxar), você vai encontrar pelo menos R$1.000 por mês que podem ser economizados sem prejuízo na sua qualidade de vida.

O próximo passo é o famoso trade-off. Ou seja, além das necessidades básicas (morar, comer, se vestir, ter saúde, etc.), quais itens do seu orçamento você pode trocar? Exemplo prático: vou pedir comida ou ir a restaurante para jantar 1 vez por final de semana ao invés de 2. Em troca disso, vou voltar para a terapia. Ou vice-versa.

Para aprofundar no tema e ir ainda mais para a prática, sugiro duas leituras:

• O time da ParMais deu uma entrevista muito legal para o UOL, você consegue ler o texto na íntegra neste link
• Aqui na edição #3 da Papel e caneta eu falo sobre como acalmar seu coração neste momento de mudança brusca no orçamento