O Brasil tem um longo histórico de altas taxas de juros. Nos anos 80, época da hiperinflação, bastava deixar o dinheiro parado na conta corrente para render até 2% ao dia – sim, ao dia! Depois veio o Real, a estabilização da moeda e o controle da inflação, mas as taxas de juros continuaram altas. Apenas para se ter ideia, desde que foi instituída a SELIC como meta de política monetária em março de 1999, a taxa média é superior a 15% ao ano – o equivalente a mais de 1,20% ao mês

Ou seja, como a SELIC é o balizador dos investimentos conservadores, a alta taxa de juros fazia qualquer investimento render muito! Bastava conseguir poupar um pouco para ganhar dinheiro!

Se por um lado isso era ótimo para quem conseguia gastar menos do que ganhava, por outro, os ganhos fáceis deixaram o brasileiro preguiçoso na hora de investir.

Prova disso é que 97% dos investidores utilizam investimentos como a renda fixa e a poupança na hora de aplicar o dinheiro e apenas 3% buscam investimentos mais arrojados.

Além disso, as altas taxas (e a preguiça) proporcionaram mais uma oportunidade. A dos bancos cobrarem altas taxas de administração mesmo para investimentos conservadores!

Mas isso está mudando.

A inflação está em níveis muito baixos e deve permanecer assim por um bom tempo. Com isso a taxa SELIC também está caindo para patamares mais condizentes com as taxas praticadas no mundo. Provavelmente na próxima reunião do Copom (no início de setembro) a taxa fique abaixo de 8,5% ao ano o que impacta também na rentabilidade da poupança – de acordo com a regra nova sempre que a SELIC fica abaixo de 8,5% ao ano a poupança passa a render 70% da SELIC.

Portanto a rentabilidade dos investimentos conservadores ficará MUITO abaixo do índice de 1% ao mês que o brasileiro tanto está acostumado.

Mas tem mais coisa que está mudando! O mercado financeiro e os investidores estão mais maduros. Os bancos estão perdendo espaço para as gestoras independentes, corretoras de valores, agentes autônomos e hoje temos muito mais opções e estratégias disponíveis.

Precisa ter estratégia e muita atenção

É preciso traçar estratégias alinhadas com o seu momento de vida, seu perfil psicológico e seus objetivos financeiros. Como qualquer outra atividade séria, o ato de investir exige planejamento e definição de qual é o retorno ideal de cada investimento para cada objetivo. Busque orientações de quem estuda e se dedica ao mundo dos investimentos e deixe a preguiça de lado.

A atenção se deve ao volume gigantesco de ofertas enviadas pela internet de ganhos fáceis e de retornos mirabolantes. Cada vez mais a máxima se afirma: não existe almoço grátis!