Chegou novembro e, com ele, a segunda mordida do come-cotas. A primeira foi em maio. Sempre no último dia útil desses dois meses, o governo vai lá e cobra uma parte do imposto sobre o rendimento da sua aplicação. É um tributo que atinge a maioria dos fundos de investimento, e não há muito como escapar da cobrança.
Quando você investe em um fundo, o dinheiro é convertido em cotas no dia da aplicação. Se aplicou R$ 1.000 e o valor da cota no dia era de R$ 10, seu investimento será de cem cotas daquele fundo. O que o come-cotas faz é reduzir essa quantidade de cotas – daí o seu nome.
O consolo é que, quando for sacar o dinheiro, não precisará mais pagar esta parte do imposto. Por outro lado, existe uma perda na sua aplicação. Saiba mais abaixo.
Ganho cai com base menor
“Quando ocorre o come-cotas, o total do valor aplicado diminui. Assim, o rendimento acontece sobre uma base menor, e isso afeta seu rendimento”, afirmou o planejador financeiro da Par Mais, Alexandre Amorim. Ele dá um exemplo:
“No mês seguinte, em vez de ter um rendimento calculado sobre os R$ 1.040, ele terá um ganho a partir de R$ 1.034. É uma diferença pequena, mas que afeta o ganho total”, disse Amorim.
No longo prazo, segundo o consultor financeiro, o come-cotas afeta o rendimento total de um fundo na comparação com uma aplicação que não tem antecipação do imposto.
Compare os rendimentos
Como exemplo, vamos comparar uma aplicação de R$ 100 mil pelo período de cinco anos em um fundo e uma aplicação sem come-cotas, como um CDB, considerando uma taxa básica de juros de 5% ao ano:
Para o especialista, essa diferença é muito pequena para justificar a troca de um fundo por um CDB, por exemplo. Mas ele destaca que a gestão do fundo precisa ser boa o suficiente para que o rendimento supere o ganho de outros produtos similares e compense o efeito do come-cotas e de outras despesas, como a taxa de administração, que não foi considerada no cálculo acima.
Há fundos de renda fixa, por exemplo, que cobram taxa superior a 1% ao ano.
Alíquota do imposto:
Para saber de qual tipo é seu fundo, consulte a lâmina, documento que traz as principais informações sobre ele e que está disponível no site do banco ou corretora com a qual você investe.
Imposto na hora do saque
Mesmo com o come-cotas, o investidor pode ter que pagar Imposto de Renda na hora do resgate da aplicação, caso o valor antecipado pelo come-cotas tenha sido menor que a alíquota total de imposto devido.
As alíquotas de IR são de 22,5% sobre o rendimento para resgates feitos até seis meses depois da aplicação. Esse número diminui gradativamente, até chegar a 15%, para aplicações feitas há mais de dois anos.
É o banco ou corretora que vai calcular quanto já foi retido pelo come-cotas e descontar esse valor do IR que eventualmente será debitado no momento do resgate.
Confira a matéria na íntegra: https://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2019/11/11/come-cotas-investimentos-fundos-imposto.htm
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