Reserva de emergência: o que é e como montar?

  • 09/02/2021
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A reserva de emergência é um investimento que deve cumprir a função de “colchão”, caso haja algum imprevisto de qualquer natureza que envolva a necessidade de gastar dinheiro além dos gastos habituais.

Sabemos que é inevitável que os imprevistos aconteçam, por isso, é importante estar preparado para esse tipo de situação sem precisar se endividar.

Neste artigo, vamos explicar o que é a reserva de emergência, a importância de estar prevenido e as melhores opções de investimento para este objetivo.

O que é a reserva de emergência?

A reserva de emergência é a acumulação de recursos para momentos inesperados. Ela deve estar alocada em um ativo de alta liquidez e baixa volatilidade, para que não haja surpresas quando você, eventualmente, precisar resgatá-la.

A reserva costuma ser o primeiro objetivo financeiro definido ao iniciar os investimentos, pois ela irá oferecer segurança e tranquilidade em situações que envolvam gastos imprevistos.

reserva de emergência sendo representada por um cachorro vigiando um cofrinho em forma de porco com algumas notas de dólar

Pra que serve a reserva de emergência

O propósito de uma reserva de emergência é passar com mais tranquilidade por alguma situação inesperada. Tendo uma reserva, não é necessário recorrer a empréstimos bancários, evitando assim o pagamento de juros desnecessários. Além disso, ter uma reserva ajuda a diminuir o transtorno emocional ao lidar com adversidades.

Saiba mais: Como comportamentos corriqueiros podem nos levar a tomar decisões irracionais e prejudicar o nosso dia a dia, nossas finanças e nossos investimentos

Quando usar os recursos da reserva?

A reserva deve ser utilizada somente em caso de emergências. Isso significa que, caso você tenha um problema com o seu carro, alguma questão urgente da sua casa, um problema familiar de saúde ou algo do gênero, a reserva pode e deve ser acionada.

Caso a situação não seja uma emergência, como a troca do carro por um modelo mais novo ou a realização de uma viagem, a reserva deve ser preservada.

Como dimensionar a reserva de emergência?

O valor ideal da reserva de emergência varia para cada pessoa e deve ser calculada de acordo com as necessidades e momento de vida.
Para ajudar, definimos três critérios para levar em conta na hora do cálculo:

Profissão do principal provedor da família

O principal provedor é aquele que supre mais recursos dentro da estrutura familiar e conhecer sua profissão é importante para saber a estabilidade que ela oferece. Quanto mais estável a profissão, menor será a quantidade de meses necessários para a reserva.

Há quanto tempo está na profissão

Outro fator que impacta é o tempo que o principal provedor está na profissão atual. Como regra geral, usamos o período de cinco anos. Ou seja, se a pessoa está há menos de cinco anos na profissão, significa menor estabilidade, sendo necessário um período maior para a reserva.

Caso a pessoa esteja na mesma profissão há mais de cinco anos, significa uma maior estabilidade na profissão e, consequentemente, menos meses para a reserva.

Possui filhos/dependentes?

Por fim, é preciso considerar se a família possui filhos dependentes financeiramente. Se tiver, é preciso ponderar mais gastos, uma vez que haverá educação, alimentação, vestuário, etc.

Em resumo, se a família tiver filhos, precisará de mais meses de reserva, caso contrário, se não tiver filhos, os meses de reserva serão menores.

Importante ressaltar que o tamanho da reserva deve aumentar conforme os gastos habituais aumentem, para que ela esteja corretamente dimensionada em um momento de necessidade. Além disso, caso seja realmente necessário acessá-la, ela deve ser recomposta assim que possível.

Onde aplicar a reserva de emergência?

A reserva deve ser aplicada em produtos com baixo risco (sem risco de desvalorização) e alta liquidez (que possam ser resgatados no mesmo dia, se necessário). O objetivo da reserva não é ter ganho de capital significativo, como se busca no mercado de ações, por exemplo, mas proteger o capital da inflação.

Mas isso não significa que você tenha que ficar preso a produtos atrelados ao CDI. Atualmente, aplicações com meta de rentabilidade anual de 100% do CDI não compensam para os investidores, pois a rentabilidade fica muito próxima à inflação, entregando pouco valor e fazendo você perder o seu poder de compra ao longo do tempo.

No cenário atual, com a taxa Selic no seu menor patamar histórico, é preciso organizar a reserva de forma prática e segura, mas também buscar algum ganho adicional em parte desse investimento, sempre mantendo a segurança e a liquidez.

Dessa forma, nossa recomendação é que você mantenha três meses da sua reserva de emergência no seu banco – em alguma aplicação de baixo risco e fácil resgate – e o restante do valor seja investido em um fundo que entregue maior rentabilidade, como por exemplo, o fundo ParMais Solidum. Assim, você mantém a segurança do seu investimento, mas com um retorno melhor.

Veja outros exemplos de produtos que normalmente são indicados para reserva de segurança:

Problemas de uma reserva mal elaborada

Ter uma reserva de emergência é um passo importantíssimo, no entanto, é importante que ela esteja bem dimensionada aos seus gastos. Imagine, por exemplo, uma pessoa que inicialmente dimensionou uma reserva de emergência com base nos seus gastos individuais e eles totalizavam cerca de R$2.000,00.

Com o tempo, essa pessoa formou uma família e passou a ter dependentes. Os seus gastos coletivos aumentaram, no entanto, não houve um aumento proporcional da reserva. Caso essa pessoa venha a perder uma das suas fontes de renda, pode ser que a sua reserva não seja suficiente para suportar os gastos necessários neste período de transição.

Imagine agora um outro caso, de uma pessoa que possui investimentos diversificados e com valor superior ao necessário para a reserva de emergência. Esses investimentos são:

Neste caso, nenhum dos investimentos serviria como uma reserva de emergência, por não oferecerem liquidez.

Caso seja necessário um resgate antecipado, certamente a LCI e o plano de previdência penalizarão a rentabilidade, pois serão movimentados antes do previsto. Já as ações podem até ser relativamente líquidas, porém, elas são bastante voláteis e o timing da venda pode ser ruim e pode acontecer de precisar vender boas ações a um preço menor do que gostaria.

Como já citamos, o ideal é que a reserva de emergência seja investida em ativos líquidos e de baixa volatilidade, como por exemplo, o Tesouro Selic, um fundo DI de alta liquidez ou, em última instância, a poupança.

Reserva de oportunidades

Se você já possui a sua reserva de emergência bem dimensionada, pode pensar também em criar uma reserva de oportunidades, que é aquele valor que você deixa separado para aproveitar as boas oportunidades que podem surgir.

Essa parte da reserva deve ser utilizada para aproveitar movimentos de mercado, como lançamento de IPOs, debêntures, queda no preço dos ativos/ações, entre outros.

Durante o ano de 2020, tivemos vários exemplos de boas oportunidades que surgiram, como a queda de cerca de 40% do índice Bovespa entre fevereiro e março, onde inúmeras ações caíram e apresentaram boas oportunidades de valorização no decorrer da retomada do mercado.

Também em 2020 tivemos o lançamento de diversos IPOs e oportunidade de entrada e saída em pré-fixados, de acordo com o movimento de abertura e fechamento da curva de juros.

Para os recursos da reserva de oportunidades, também é indicado que seja feito em investimentos seguros, com pouca volatilidade, altíssima liquidez e a maior rentabilidade possível.

Conclusão

A reserva de emergência é um dinheiro que deve ser mantido para caso ocorra algo inesperado. Ela oferece segurança e tranquilidade em situações que envolvam gastos imprevistos.

Ter uma reserva de emergência ajuda consideravelmente a saúde financeira de qualquer pessoa e, certamente, é um alívio quando você precisa usá-la e ela está corretamente dimensionada.

É importante estimar a reserva de emergência de acordo com o seu nível de gastos, número de dependentes, tempo e tipo de profissão, entre outras questões relevantes. Além disso, ela deve estar investida em ativos líquidos e de baixa volatilidade para que você não se surpreenda ao precisar acessá-la.

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