Os brasileiros têm R$ 676 bilhões aplicados em fundos de renda fixa, investimentos de baixo risco que pagam rendimento bruto próximo à Taxa Selic, atualmente em 5,5% ao ano. Desse ganho, ainda é preciso descontar o Imposto de Renda (IR) e a taxa de administração paga a quem cuida da carteira. Se esses custos não forem levados em conta, há o risco de o rendimento ficar menor que o da caderneta de poupança. Como o IR é fixado pelo governo e não há como fugir dele (a alíquota varia conforme o prazo da aplicação), resta ao investidor fazer uma pesquisa das taxas de administração. O ideal é que ela não passe de 0,5%.
— A taxa de administração vai comer uma parte da rentabilidade do fundo. A grande maioria dessas carteiras de curto prazo cobra mais de 1%. Uma taxa dessa em um fundo que rende 5,5% já é muita coisa — explica Alexandre Amorim, gestor de investimentos da Par Mais.
Levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que os fundos de renda fixa cobravam, em junho, taxa média de administração de 1,01%. Esse custo varia de forma expressiva conforme o valor mínimo da aplicação. Na quinta-feira, o Santander chegou a sofrer pressão nas redes sociais por ter carteira com taxa de administração de 5,5%.
Além da taxa de administração, o investidor precisa pagar IR sobre os rendimentos. A alíquota começa em 22,5%, para recursos que ficarão investidos por até 180 dias, e vai caindo até chegar aos 15%, para quem fará o resgate apenas após dois anos de aniversário da aplicação.
Na simulação da Par Mais, com a alíquota menor, ou seja, sem mexer no dinheiro por dois anos, e uma taxa de administração de 1%, o investidor teria um rendimento líquido de 3,825%. Isso é menos do que paga atualmente a caderneta de poupança: 3,85%, sem incidência de IR ou taxa de administração e com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
— Um fundo desse tipo faz sentido para uma reserva de emergência, em que o importante é liquidez e segurança. Mas também não é para perder dinheiro. Nesse caso, a poupança volta a ser uma boa opção — diz Amorim, ressaltando, porém, que a poupança rende apenas em seu aniversário mensal, diferentemente dos fundos, que vão acumulando os ganhos diariamente.
Nesse cenário de taxas de juros menores — com a Selic podendo encerrar o ano abaixo de 5% —, analistas aconselham a diversificar a carteira, pensando em opções de maior risco. Carlos Eduardo Costa, consultor de Educação Financeira do Banco Mercantil, cita como exemplo as debêntures de infraestrutura, isentas de IR, e os fundos imobiliários atrelados a aluguéis:
— Aquele mundo de investir com baixo risco, no Tesouro Direto ou em um CDB de banco, e ganhar muito, está desaparecendo. Vai ser mais difícil ganhar dinheiro e será preciso assumir mais risco.
Costa explica ainda que é importante o investidor saber onde está colocando o seu dinheiro e os riscos atrelados ao investimento. Se os imóveis que fazem parte de fundos imobiliários começarem a ficar vagos, a rentabilidade da aplicação vai cair, porque haverá menos recursos provenientes dos aluguéis.
Leia o texto na íntegra: https://oglobo.globo.com/economia/selic-menor-exige-pesquisa-de-taxas-de-administracao-23966820
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