Segundo dados da pesquisa “A Grande Florianópolis e a Covid-19”, comandado pela Lupi & Associados, 56,1% dos entrevistados diz estar cumprindo o isolamento de maneira parcial, fazendo saídas classificadas como inevitáveis.Tal fator, reflete no movimento nas ruas, aponta especialista.
A pesquisa tem como objetivo revelar as percepções dos moradores da Grande Florianópolis sobre a pandemia da Covid-19. A primeira etapa foi realizada entre os dias 8 e 13 de maio e divulgada no dia 15 daquele mês.
O trabalho aconteceu simultaneamente nos municípios de Biguaçu, Florianópolis, São José e Palhoça. No total, nesta segunda etapa, foram realizadas 900 entrevistas entre os dias 9 e 12 de junho por meio de um formulário eletrônico via internet e por telefone.
A maioria (56,1%) diz estar “em isolamento parcial com saídas inevitáveis”. Outros 31,6% afirmam que “estão em isolamento parcial com saídas a trabalho”. Há ainda uma parcela (5,3%) que “não está cumprindo isolamento por decisão própria” e, apenas, 7% diz estar em isolamento total, sem saídas à rua.
De acordo com o mestre em Saúde Pública e ex-reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Lúcio Botelho, chama atenção a discrepância entre o movimento que se vê nas ruas e o que as pessoas responderam na pesquisa.
Para ele, é preciso que se discuta o conceito do inevitável, que pode ser diferente para cada uma das pessoas. “Para um, ir todo dia na padaria pode ser ‘necessidade’ e não considera quebra de isolamento”, comenta.
O mapa do isolamento social, produzido pela startup Inloco, aponta que o índice de isolamento em Santa Catarina nesta sexta-feira (12) era de 45,1%, valor distante dos 72,8% alcançados no dia 22 de março. Não há no mapa dados específicos sobre a região da Grande Florianópolis.
Botelho destaca ainda a relação entre o cumprimento do isolamento e o entendimento sobre a gravidade da pandemia nos municípios. Em comparação a primeira etapa da pesquisa, os moradores da Grande Florianópolis se mostraram menos preocupados com a gravidade da pandemia. Os que consideravam os efeitos do coronavírus “muito grave” passaram de 17,9% em maio para 14,8% em junho.
A diminuição aconteceu ainda entre os que classificavam a pandemia em seu município como “grave”. De 41,5% para 31,7%. Já os que acreditam que ela é “mais ou menos grave” cresceram, passando dos 20,5% para 25,8%. O aumento mais significativo aconteceu entre os que consideram “pouco grave” a disseminação da Covid-19 em suas cidades. Eram 14,3% e passaram a 23,3%.
População teve renda afetada
A pesquisa aborda ainda a percepção das famílias sobre os efeitos da pandemia na economia. Entre os entrevistados, 63,1% tiveram redução nos rendimentos da família durante o período de isolamento. O número se manteve estável em relação ao mês anterior, quando 63,6% se disseram afetados.
Na avaliação dos entrevistados, a pandemia do coronavírus vai causar problemas “muito grandes” na economia. E, nas próximas semanas, as autoridades devem seguir liberando apenas algumas atividades, mas com restrições.
O economista Alexandre Amorim, explica que o sentimento da população é bastante válido e mistura o medo pela economia prejudicada com a temor pelos efeitos do próprio vírus a saúde.
“A economia acaba sendo movimenta por expectativa. Então quando você tem confiança, você investe, compra, consome. Isso acaba sendo a própria força motriz da economia. E quando se tem confiança, o empresário não investe, ele não faz planos de crescimento, não contrata. Isso tem impacto na geração de renda”, afirma o economista Amorim.
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