Tanto as Ofertas Públicas Iniciais (IPO na sigla em inglês) ou subsequentes (também chamadas de follow ons) são ofertas primárias de ações.
No caso especifico do IPO, ele permite que a empresa abra o seu capital e tenha as suas ações negociadas na bolsa de valores pela primeira vez.
Já os Follow Ons permitem uma nova rodada de captação de uma empresa já conhecida do mercado, dando maior liquidez à ação, uma oportunidade de saída ou diminuição do investimento para acionistas de grande porte e uma oportunidade de entrada para novos acionistas.
Até o momento, 2019 está sendo marcado por um grande número de emissões na B3, portanto vamos dar uma olhada nelas.
Saiba mais: As 10 principais Bolsas de Valores do mundo
Até setembro de 2019 o número de ofertas de ações no mercado foi um dos maiores dos últimos anos, movimentando mais de R$53 bilhões.
Algo bastante interessante de se notar é que, apesar do movimento do investidor estrangeiro na B3 indicar uma saída líquida de recursos, eles estiveram fortemente presentes nessas emissões ocorridas em 2019, totalizando 44% do valor movimentado, que equivale a R$25 bilhões. Veja abaixo as ofertas públicas que houveram em 2019 até o momento:
Empresa | Setor | Volume Total |
---|---|---|
IRB Brasil | Seguradoras | R$ 9.906.836.728 |
BR Distribuidora | Exploração, refino e distribuição | R$ 9.633.093.750 |
Petrobrás | Exploração, refino e distribuição | R$ 7.300.546.223 |
Neoenergia | Energia elétrica | R$ 3.744.278.776 |
CPFL Energia | Energia elétrica | R$ 3.694.341.585 |
NotreDame Intermédica | Serviços médico-hospitalares, análises e diagnósticos | R$ 2.666.250.000 |
Hapvida | Serviços médico-hospitalares, análises e diagnósticos | R$ 2.664.495.000 |
BTG Pactual | Bancos | R$ 2.539.200.000 |
Light | Energia elétrica | R$ 2.499.999.994 |
Localiza | Aluguel de carros | R$ 1.821.600.000 |
Banco Inter | Bancos | R$ 1.247.688.000 |
Linx | Programas e serviços | R$ 1.179.885.636 |
Eneva | Energia Elétrica | R$ 1.106.794.409 |
Totvs | Programas e serviços | R$ 1.066.500.000 |
Movida | Aluguel de carros | R$ 832.500.000 |
Burger King Brasil | Restaurantes e Similares | R$ 714.529.226 |
Centauro | Produtos diversos | R$ 705.101.363 |
Tecnisa | Incorporações | R$ 445.500.000 |
TOTAL | R$ 53.769.140.689 |
Além dessas operações, a brasileira Afya, do setor de ensino superior, também abriu o seu capital, porém escolheu a NASDAQ como a bolsa para negociar as suas ações e captou cerca de R$1 bilhão.
É interessante notar que, de todas essas operações, somente duas (Centauro e Neoenergia) foram IPOs, sendo que o restante delas foram ofertas subsequentes de ações. Apesar dessas empresas já terem capital aberto, o Follow On é importante para o investidor, pois dá maior liquidez no mercado para as ações e é uma nova oportunidade para avaliar a companhia e aproveitar uma oferta de mercado da ação a um preço atraente.
Saiba mais: Investidor qualificado: como ter acesso a investimentos restritos?
A melhora nas perspectivas da economia brasileira trouxe bastante otimismo para o mercado de ações brasileiro, que se reflete na alta que ele tem no ano. Esse otimismo ajuda a explicar porque várias dessas empresas foram a mercado para captar dinheiro e realizar investimentos, como por exemplo, na forma de aquisições de concorrentes ou na expansão de negócios atuais.
Esse é o caso, por exemplo, da Hapvida, que já investiu R$1,6 bilhão em aquisições em 2019, e dos bancos Inter e BTG Pactual, que investem no desenvolvimento e expansão dos seus negócios digitais.
Outra grande razão para esse volume de negociações tem a ver com o governo atual. O ministro Paulo Guedes defende a privatização das empresas públicas e o momento de mercado foi favorável para que diversos entes públicos, como a União, BNDES, Tesouro, FGTS, Banco do Brasil, Caixa, e outros, vendessem algumas participações de empresas públicas que eles possuem.
Esse é o caso do IRB Brasil, BR Distribuidora, Neoenergia e Light por exemplo.
Caso as condições econômicas continuem semelhantes às atuais, espera-se que esse movimento prossiga durante o restante do ano.
Algumas empresas já contrataram bancos de investimento para a estruturação das suas operações e várias outras estudam acessar o mercado de capitais até o final do ano que vem.
Veja abaixo alguns dos IPOs e Follow Ons que o mercado espera para 2019 e 2020:
2019 | 2020 | |
---|---|---|
IPO | Follow-On | IPO |
Banco BMG | Eztec | Austral Re |
Vivara | Cyrela Commercial Properties | Caixa Cartões |
C&A | Even | XP Investimentos |
Iguá Saneamento | Trisul | Gasmig |
Saneago | Banco do Brasil | Rede D’Or |
Kallas | Banco Pan | Madero |
Banco Original | Sinqia | Smartfit |
Saber | Banrisul | Bonsucesso |
Caixa Seguridade | Copel | Ebanx |
Cedae | Petrobrás | Caixa Pay |
Agibank | JBS | Lotéricas |
Celg GT | Cemig | BB DTVM |
Banco Votorantim | BRF | Caixa Asset |
Boa Vista SCPC | Carrefour Brasil | Tok&Stok |
Saiba mais: Como investir no exterior?
IPOs e Follow Ons são ofertas públicas de ações que permitem ao investidor uma oportunidade única de investimento. A melhora nas perspectivas para a economia brasileira e o programa de privatizações promovido pelo governo fizeram com que houvessem várias emissões em 2019. O mercado espera que esse ritmo continue e diversas empresas já estudam abrir o seu capital na B3.
MANUAIS DA NOSSA GESTÃO DE INVESTIMENTOS
© Todos os direitos reservados.
ParMais – Sua referência em gestão patrimonial
CNPJ: 21.719.643/0001-60