Giro Financeiro – DC: vieses comportamentais

  • 06/08/2018
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Os vieses comportamentais nada mais são que erros sistemáticos de julgamento e análise. Por mais que achemos que tomamos decisões racionais, esses atalhos mentais nos fazem distorcer ou ao menos, limitar nossa capacidade de tomarmos decisões utilizando somente a razão. Ocorrem de forma previsível e acabam atrapalhando nossa vida financeira. Isso acontece com todos nós. Por isso, acredito que se os conhecermos, podemos ficar atentos e, desta forma evitar que eles prejudiquem nossas tomadas de decisões.

A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) atua fortemente na elaboração de conteúdos educacionais financeiros para que todos os investidores, na hora de investir, tenham mais consciência e sabedoria para analisar criteriosamente suas opções de investimento. Sugiro a todos investidores que conheçam o blog da autarquia: Penso, Logo Invisto.

No artigo de hoje vamos falar sobre dois dos nove vieses do investidor listados na série desse blog: ancoragem e falácia do jogador. A ancoragem é muito presente nas pessoas, principalmente naquelas que tomam decisões por impulso. Em se tratando de investimentos, esse viés pode provocar prejuízos enormes.

Ocorre porque nosso julgamento se baseia em informações prévias e superficiais, apegando-se a lembranças/expressões já vivenciadas. Isso acontece porque nossa mente não consegue avaliar de forma eficiente valores absolutos e precisa de uma referência para basear o pensamento na tomada de decisão.

É por isso que palavras como “promoção”, “barato”, “vantagem” são tão utilizadas na divulgação de produtos. Elas nos induzem a acreditar que de fato é algo vantajoso. Um exemplo que acontece muito frequentemente é o investidor se ancorar no preço de compra de uma ação. Se o preço dessa ação cai, o investidor fica aguardando que ela volte ao preço de compra para sair da posição, mesmo que seja uma ação perdedora e não tenha como voltar ao preço da compra tão cedo.

Como fixamos valores em nossa mente, podemos perder oportunidades em momentos de forte queda do mercado, mesmo sendo evidente que esses ativos poderiam recuperar seus valores ao longo do tempo e, com isso, oferecer uma excelente rentabilidade. Para evitar esse viés, sempre tenha muita atenção valores/percentuais tomados como referência, verificando a sua veracidade, pois podem ser arbitrários, utilizados simplesmente como âncoras.

Já a falácia do jogador, também conhecida como falácia do apostador, nos faz acreditar que, se um fato ocorreu seguidamente, há uma grande probabilidade de parar de acontecer. Isso explica por que investidores que veem suas aplicações terem valorizações seguidas são levados e vendê-las sem nenhum fundamento e, ao contrário, manter aplicações em queda, aguardando a probabilidade da alta. Para não cair nessa, é necessário buscar muitas informações para ser possível fazer uma análise criteriosa e racional sobre nossos investimentos.

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