Giro Financeiro – DC: o futuro do dinheiro

  • 29/10/2018
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Será que o papel-moeda vai sobreviver à tecnologia? Segundo o estudo do Instituto britânico Retail Banking Research (RBR), sim! Divulgado na semana passada, a pesquisa aponta que antes do papel-moeda, é muito mais provável a extinção dos cartões plásticos de crédito e débito emitidos pelos bancos. As pesquisas realizadas pelo instituto atestaram o sucesso de uma nova tecnologia: os “cartões virtuais” para pagamento “sem contato” em dispositivos móveis (celulares), por meio do Near Field Communication (NFC), a comunicação por proximidade.

Basta o usuário de cartão plástico cadastrar seus cartões no celular e realizar seus pagamentos aproximando seu aparelho das máquinas de cobrança.

Esse meio de pagamento, pouco conhecido no Brasil, é usual em vários países pela utilização do Google Pay e Apple Pay. Na China, o AliPay e WeChat Pay já têm 1,7 bilhão de usuários. Essas soluções de pagamentos são conectadas às redes sociais e à rede bancária e respondem por mais de metade dos pagamentos na China, algo próximo de US$ 5,5 trilhões ao ano.

E no Brasil, será que essa tecnologia vai pegar? Com certeza, é apenas uma questão de tempo. Nosso maior problema é que ainda temos 55 milhões de brasileiros desbancarizados, logo, dependentes do papel-moeda. Segundo o Instituto Data Popular, essa população representa cerca de 39,5% dos moradores do país com mais de 18 anos e movimentam aproximadamente R$ 655 bilhões. Por incrível que pareça, esse contingente não é composto somente por pessoas de baixa renda. Cerca de 6 milhões de desbancarizados pertencem à classe alta, 29 milhões são da classe média e 20 milhões pertencem à classe baixa. Surpreendente, não é?

Os motivos mais comuns que levam tanta gente à estar fora do sistema bancário são: os negativados, por estarem com dívidas em aberto; a falta de acesso à rede bancária em pequenos municípios (352 não possuem agência bancária nem caixas eletrônicos); o aumento de autônomos e microempresários individuais, que não conseguem comprovação de renda; e, finalmente, o aumento dos meios de pagamento que não estão ligados aos bancos, como cartões pré-pagos, boletos e, claro, novas tecnologias de pagamento.

Nas finanças pessoais, o uso do papel-moeda não é o mais indicado porque dificulta o controle das rendas e despesas, prática superimportante para se conseguir gastar melhor e alcançar objetivos financeiros. Ao usar cartão de débito e crédito, o histórico fica registrado no extrato, o que facilita os lançamentos. O uso do papel-moeda é conveniente para aqueles que precisam aprender a se controlar.

Ao fazer pagamentos em dinheiro, ao contar as notas, o sentimento de perda é maior, o que instiga a pessoa a ser mais racional no seu consumo. Então, que sejam bem-vindas as novas tecnologias para conviver com o papel-moeda, que, por enquanto, está com seu futuro garantido.

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