Giro Financeiro – DC: não poupe o seu futuro

  • 12/03/2018
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O último relatório da Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) mostrou que, em 2017, as aplicações em produtos financeiros aumentaram em 11%, em comparação com 2016. Mesmo vivendo um ano tumultuado, os brasileiros investiram mais de R$2,7 trilhões. O destaque, no segmento varejo, foi o incremento de 32,8% nas aplicações em fundos de investimentos, principalmente nos fundos multimercados, que cresceram 117,1% no ano. Isso demonstra que muitos brasileiros estão procurando investimentos mais sofisticados e mais rentáveis, apesar de mais arriscados. Esse movimento foi provocado por conta da queda da taxa básica de juros do Brasil, a Selic. Porém, a poupança ainda lidera esse segmento, sendo responsável por 39,2% de todos os ativos.

Os números são interessantes:
– 62,5 milhões de brasileiros investem na poupança R$ 664,1 bilhões, o que nos dá uma média de R$ 10,5 mil por conta poupança.
– 5,2 milhões de brasileiros possuem R$ 527,9 bilhões em fundos de investimento, com uma média de R$ 100,5 mil por investidor.

Se compararmos um hipotético fundo de investimento cuja rentabilidade líquida tenha sido de 100% do CDI em 2017, ou seja 9,95% no ano, e a poupança, que fechou o ano com uma rentabilidade de 6,91%, para cada R$ 10 mil investidos, teríamos uma rentabilidade de R $1.045 para o fundo contra R$ 728 para a poupança. Ou seja, quem investiu na poupança deixou de ter incrementado em seus rendimentos R$ 317. Já toda a base de 62,5 milhões investidores na poupança deixou de obter R$ 19,8 bilhões!

Agora, imaginem que dois investidores deixariam R$ 10 mil durante 30 anos, um na poupança e outro num fundo. Para base de cálculo, vamos manter as rentabilidades citadas acima. Ambos desejam receber uma renda mensal de R$ 5 mil no fim do período. O que manteve seu investimento na poupança receberia essa renda por 10 anos e sete meses, já aquele que manteve no fundo, receberia por 15 anos e oito meses. A diferença é exatamente cinco anos e um mês.

Vejam o quanto é fundamental cuidarmos bem do nosso futuro financeiro e, para isso, é muito importante prestar atenção nas taxas pagas e nas recebidas. Muitos investidores ainda subestimam o peso que pode ter 0,5% sobre o que pagam de taxas ou do que recebem em rendimentos. A percepção é mais sobre o “saldo financeiro” do investimento do que sobre seu real custo e rentabilidade. Isso se deve à falta de educação financeira, a fatores culturais que menosprezam o longo prazo e aos anos de altas taxas de juros, em que a grande maioria nem se importava em pagar 4% ou até 5% de taxas, por que recebiam, 10% ou 12% de rendimentos.

Outro fator fundamental para construirmos um bom futuro financeiro é traçarmos nossas metas, nossos objetivos. Se temos muito claro em nossas mentes que estamos investindo para usufruir no futuro, que cada 1% de rentabilidade pode representar anos de renda, fica mais fácil entender que não podemos poupar nosso futuro, temos de investir nele. E o maior rendimento será nossa liberdade financeira.

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