Giro Financeiro – DC: Índice BIG MAC

  • 23/07/2018
Página inicial - Na Mídia - Giro financeiro - Giro Financeiro – DC: Índice BIG MAC

Criado há 31 anos pela revista The Economist, o índice Big Mac, baseado no famoso hambúrguer da rede Mc Donald´s, uma das maiores cadeias de restaurantes de fast food do mundo, visa avaliar como diferentes moedas se comportam frente ao dólar. Esse cálculo é baseado na teoria da paridade do poder de compra, segundo a qual, no longo prazo, as taxas de câmbio tendem a convergir para que o mesmo bem ou serviço tenha o mesmo preço em dólar em qualquer país.

Como o Big Mac segue um padrão mundial de ingredientes e comercialização, a utilização da comparação do custo do sanduíche em dólar, como forma de um índice, foi uma sacada genial da revista. Se o lanche em determinado país for mais barato do que nos Estados Unidos, pelo índice, a moeda está desvalorizada em relação ao dólar. Mas se for o contrário e o sanduíche estiver mais caro, a moeda está valorizada.

O resultado da última edição, que foi divulgada pela The Economist no dia 13 de julho, mostra que nossa moeda está subvalorizada em 20% frente ao dólar. No EUA o custo é de US$ 5.51 (a quarta posição no ranking) e no Brasil, US$ 4.40. Mas demonstra também o alto valor do hambúrguer no Brasil. A revista também considera que há de se fazer um ajuste considerando o PIB per capita dos países (riqueza produzida pelos habitantes). Em países mais pobres, o Big Mac deveria custar mais barato do que nos países mais ricos. Faz todo sentido. E ao fazer esse ajuste com o real, o sanduíche no Brasil deveria estar custando 41% a menos do que o americano.

Vejam, pelo ranking, a Suíça lidera o preço do Big Mac de US$ 6.54, logo, o franco suíço está valorizado frente ao dólar. Pela taxa de câmbio de 19 de julho, o franco suíço está cotado a exatamente um dólar. O que acontece é que a renda dos suíços é bem superior à americana e, claro, à brasileira. Na Suíça temos uma renda per capita anual de US$ 60,4 mil, no EUA de US$ 59,5 mil e no Brasil de US$ 8,14 mil. Com essa renda, os suíços poderiam comprar 747 Big Macs por mês, os americanos 899 e nós, brasileiros só poderíamos adquirir 154 Big Macs. Aí fica claro o baixo poder de compra per capita do Brasil.

Se compararmos com a Argentina, fica ainda mais claro. Na Argentina, o hambúrguer custa US$ 2,71 e, como a renda per capita anual é de US$ 20,7 mil, os argentinos poderiam comprar 636 Big Macs por mês. Ou seja, os argentinos estão mais próximos dos suíços e americanos do que nós, brasileiros.

Resumindo: o índice Big Mac coloca o Brasil no décimo primeiro no ranking, com custos do hambúrguer mais barato que países como Suécia, Noruega, Canadá, Dinamarca, Israel e Uruguai, mas, pelo ajuste do índice e da renda per capita, somos o primeiro colocado – logo temos o sanduiche mais caro do mundo.

Nossos artigos