Giro Financeiro – DC: dívidas e o futuro

  • 27/08/2018
Página inicial - Na Mídia - Giro financeiro - Giro Financeiro – DC: dívidas e o futuro

Mais uma vez, a mídia voltou a falar amplamente sobre o alto grau de endividamento da sociedade brasileira, apesar de já ser um problema crônico. Os brasileiros, por diversos motivos – alguns, vítimas da crise e do desemprego; outros por puro desconhecimento ou pouca atenção às regras – continuam pedalando suas faturas de cartão de crédito, entrando no cheque especial e, consequentemente, pagando juros estratosféricos. Muitos esquecem ou não sabem que poderiam utilizar linhas de crédito com juros bem menores. Pessoas informadas, cultas e profissionais realizados, não sabem, por exemplo, que podemos tomar crédito dando como garantia um imóvel ou um carro quitado. Como o imóvel ou carro ficam como garantia do pagamento, as taxas de juros ficam bem menores. Raras vezes, as instituições divulgam e oferecem abertamente essa possibilidade.

Mas a luta para vencer a bola de neve das dívidas é inglória. O desiquilíbrio do mercado financeiro brasileiro é gigantesco. Basta comparar os juros recebidos nos investimentos, que são infinitamente menores, com os juros cobrados das diversas linhas de crédito, como as do cheque especial, rotativo do cartão, crédito pessoal. Basta “entrar” um único dia no cheque especial para perder o rendimento de um mês da poupança. Por que essa discrepância nas taxas de juros de quem empresta para quem toma emprestado? A pergunta que não quer calar! Os bancos não reduzem a taxa de juros porque a inadimplência é muito alta ou a inadimplência é muito alta porque os juros são impagáveis?

O Bacen vem fazendo um esforço e tem tomado medidas para amenizar o problema, como a obrigatoriedade de os bancos avisarem quando um correntista utiliza o limite do cheque especial e as novas regras do crédito rotativo do cartão de crédito. Também, com a nova regulamentação para as fintechs de crédito, que está possibilitando competição na oferta de empréstimos, espera-se estimular a concorrência e, quem sabe, reduzir as taxas de juros com o crescimento desse setor.

E nós? De que forma podemos agir para mudar esse desequilíbrio? Precisamos ter em mente que estamos literalmente “com a caneta mão”. Vamos escolher o novo presidente e temos o dever de estudar e avaliar o que eles estão planejando para solucionar o problema “das maiores taxas de juros do mundo”.

Em seus planos de governo, já li que alguns estudam utilizar os bancos estatais para pressionar o mercado, o que, no passado, não deu certo. Outros acreditam na expansão das cooperativas de crédito e fintechs, ou seja, um estímulo à concorrência.

Não podemos perder essa oportunidade. Juros baixos incentivam a indústria e todas as empresas à expansão e dão fôlego para a volta dos empregos e do consumo. Se você ainda não sabe em quem votar, esse fator pode ser um diferencial para a sua escolha e para o futuro de todos os brasileiros endividados.

Nossos artigos