Giro Financeiro – DC: ano novos, novos vieses

  • 31/12/2018
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Estamos de portas abertas para receber 2019 e como sempre, traçamos metas e desafios para os próximos 365 dias. Definimos que teremos mais consciência das coisas, que teremos poder sobre nosso dinheiro e vamos assim, investir melhor em nosso futuro. Só que esquecemos de avisar a nossa psique! Desejamos mudar, porém não percebemos que temos vários vieses comportamentais que atrapalham imensamente a conquista dessa meta!

O mestre Daniel Kahneman, ganhador em 2002 do Nobel de Economia, e depois vários outros pesquisadores, vem comprovando que diversos vieses cognitivos afetam diretamente nosso comportamento ao investir.
Vou tratar aqui de forma simplista, daqueles que acredito serem os mais prejudiciais, porque provocam grandes prejuízos ao nos induzir a tomar decisões equivocadas.

Para começar, temos os vieses da “ilusão de controle”, “otimismo” e “confiança”. Esses vieses danados costumam andar juntos e nos fazem crer que temos o controle da situação, que somos sabichões, que estamos no caminho certo, que nada vai acontecer com nossos investimentos e assim, esquecemos a máxima sentença que o mercado é soberano e não se curva a vontades. Como combater isso? Simples! Primeiro não tente prever o que é imprevisível, ouça especialistas de ouvidos abertos e principalmente tenha uma carteira diversificada. Assim, se levar um tombo num ativo, os outros vão manter sua carteira mais estável.

Já o viés da “informação” nos traz insegurança e também provoca prejuízos. Da mesma forma que pesquisamos no Google doenças relacionadas com os nossos sintomas, que nos traz medo e uma insegurança irracional em relação a nossa saúde, fazemos o mesmo com os nossos investimentos. Um dos homens mais ricos do mundo não cai nesse viés. Warren Buffett, o megainvestidor, diz como faz para evita-lo: tome decisões com perspectiva de longo prazo, adicione uma atividade planejada e controlada para sua carteira e sempre admita seus erros, assim não os cometerá novamente.

Termos vários outros vieses, mas para fechar vale lembrar do viés vilão, “aversão a perda”. É cientificamente comprovado que nós seres humanos, damos mais peso à perda do que aos ganhos. A dor da perda de um bem é 2,5 vezes superior à de ganhar um bem de mesmo valor! Por isso, muitas vezes nos agarramos a péssimas escolhas, só para evitar a dor da perda. Como evitar? Precisamos racionalizar, olhar de forma fria e desprovida de emoção, a performance dos nossos investimentos. Nada de imediatismo, pois é justamente nessas horas que investidores solitários mais perdem dinheiro.

Então, vamos nos programar para que em 2019 tenhamos visão de longo prazo, sejamos comedidos com mudanças radicais em nossas carteiras e em especial, que sejamos modestos e humildes para entender que investir é coisa séria, exige tempo, dedicação e muito estudo. Feliz ano novo e adeus vieses velhos.

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