Giro Financeiro – DC: alocação ingênua

  • 03/09/2018
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Como já falamos aqui, é fundamental, para uma boa evolução de nossos investimentos, fazer escolhas bem criteriosas e equilibradas na hora de montar nossa carteira de investimentos, mas acho que vale uma reflexão também sobre alocação ingênua. Percebo que muitos investidores, principalmente os que possuem mais recursos e acesso, muitas vezes não param para analisar, investem por impulso e de forma ingênua.

No dia a dia, vão surgindo novos ativos e, de maneira quase automática, vão investindo para “não perder essa onda”. Acreditam que estão realizando bons negócios (e muitas vezes até estão), só que não avaliam quanto do seu patrimônio realmente está “trabalhando” para ele, se faz sentido mantê-lo com relação aos seus objetivos e também entre eles.

Conheço várias pessoas que investiram em vários apartamentos num mesmo condomínio. Acreditam que estão diversificando, se beneficiarão da valorização do imóvel, terão as rendas dos aluguéis, e que, se houver vacância, os demais suprem o prejuízo. Tem também aqueles que investem em muitas startups, de tal forma que se torna impossível acompanhar tudo, saber se estão indo bem ou mal e qual a melhor hora de sair ou de se investir mais.

É comum, também, vermos investidores que adoram aplicar em fundos de investimentos, não analisam sua composição e acabam investindo em diversos fundos correlacionados, ou seja, com os mesmos tipos de ativos nas suas composições. Ou aqueles que diversificam seus investimentos em vários bancos: Banco A, B, C, só que, em todos, aplicam em CDBs.

Isso ocorre quando um investidor determina a compra dos seus ativos levando em conta um único ponto de referência. Relutam em buscar novas informações de investimentos, porque já tem certeza que estão fazendo um bom negócio. Porém, sempre que tomamos decisões complexas de forma simplista, como a escolha de ativos, estamos agindo de forma ingênua e por impulso.

Acredito que o motivo desse tipo de comportamento seja, em parte, por desconhecimento, já que pouco se fala e estuda sobre finanças pessoais, mas, principalmente, por conta de uma visão oblíqua dos reais motivos de se investir. Por quê? Como eles se relacionam entre si? São rentáveis com relação a seus pares? E em comparação com outras classes de ativos? Quais são meus objetivos financeiros? Como e quando serão usufruídos os frutos dos investimentos?

Trabalhamos muito para ganhar dinheiro, mas investimos pouco tempo para cuidar do dinheiro que ganhamos. Isso não é uma boa prática. Vamos parar para analisar nosso patrimônio, ativo por ativo, definir nossos objetivos e alinhar nossos investimentos a eles. Vamos traçar metas, fazer nosso dinheiro trabalhar de forma correta e não sermos escravos dele para, enfim, conseguir investir mais no tempo (um ativo imensurável) com o que nos dá alegria e com aqueles que amamos.

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