Economia Uol – Corte radical de gastos pode criar “efeito sanfona” e te endividar de novo

  • 10/02/2020
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Voltar a acumular dívidas logo após um intenso esforço para cortar gastos é um drama comum, também conhecido como “efeito sanfona financeiro” —ma referência ao termo usado na área da saúde para falar de pessoas que ganham peso rapidamente depois de adotarem uma dieta rígida na alimentação.

Para fugir do vai-e-vem nas finanças, especialistas recomendam cortar despesas com calma, traçar metas realistas e não desanimar na primeira frustração. Confira a seguir estas e outras dicas.

Mude hábitos, mas não seja radical

Mudar hábitos de consumo é um passo fundamental para sair do endividamento, mas organizar as contas leva tempo. “Não dá para cortar todos os prazeres de uma vez e achar que vai resolver tudo rápido. O ideal é entrar numa vida mais regrada aos poucos”, diz Jailon Giacomelli, planejador da empresa de investimentos Par Mais.

Assim como uma pessoa fora de forma não consegue correr uma maratona em apenas um mês, quem está endividado não verá a situação melhorar do dia para a noite. Criar metas realistas é importante para não se sentir frustrado.

Corte primeiro o que não é prioridade

O ideal é identificar logo no início quais gastos você pode cortar sem grandes impactos na seu cotidiano.

“A pessoa pode começar abrindo mão da academia que paga e não vai, ou do curso de inglês que paga e não frequenta. Aí ela não precisa abrir mão de pequenos prazeres eventuais, como ir ao barzinho ou levar o filho ao cinema”, afirma Giacomelli.

Se ainda assim sentir necessidade de cortar gastos com atividades que alegram a sua vida, procure reduzir aos poucos a frequência ou o padrão —comer menos vezes no restaurante favorito ou optar por um prato mais em conta, por exemplo.

Não se empolgue tão cedo com bons resultados Você se propôs a fazer uma dieta nos gastos, foi disciplinado, cortou despesas e percebeu que as finanças estão entrando em ordem. Parabéns pela determinação, mas lembre que é só o começo.

Quando chegar o primeiro final de mês em que sobrou dinheiro na conta, procure não se descuidar. Este não é o momento de retomar hábitos de consumo que não cabem no orçamento, mas de poupar e investir.

Fique atento a sintomas de recaída Assim como alguém que está em dieta precisa ficar de olho na balança, quem foge das dívidas deve monitorar as finanças com frequência. Segundo Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper, os principais sinais de alerta são:

  • consumir toda a sua reserva de emergência
  • entrar no cheque especial
  • não ter saldo para pagar a fatura do cartão de crédito
  • pedir dinheiro emprestado

Não desanime e siga o planejamento

Se a recaída acontecer, é importante perceber o quanto antes e não desanimar. “É uma tendência de comportamento esperado, ninguém precisa ficar chateado com isso”, afirma Ricardo Rocha.

Ele recomenda utilizar um calendário para marcar despesas previsíveis ao longo do ano, como aluguel, IPTU, condomínio e IPVA. Dessa forma, fica mais fácil saber quanto você pode gastar com outras coisas todo mês sem entrar no vermelho. O importante é buscar um controle que permita guardar dinheiro todo mês, mesmo que seja pouco.

Confira a matéria na íntegra: https://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2020/02/08/efeito-sanfona-financas-pessoais.htm

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