DCI – Títulos de dívida corporativa ganham participação relevante na renda fixa

  • 15/08/2018
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Na falta de novos papéis bancários, os títulos de dívida corporativa (debêntures e notas promissórias) aumentaram sua participação para 34% no mercado de renda fixa privada em julho de 2018, ante 32% no final do ano passado.

Enquanto o estoque de papéis de captação bancária encolheu 16,9% neste ano para R$ 1,196 trilhão, o estoque de títulos corporativos avançou 6,2% no mesmo período para R$ 837,25 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

No período entre janeiro e julho de 2018, foram emitidos R$ 83,165 bilhões em debêntures (longo prazo) e R$ 17,645 bilhões em notas promissórias (curto prazo). O montante é o dobro do registrado em igual período do ano passado, quando haviam sido emitidos R$ 42,133 bilhões em debêntures e outros R$ 7,6 bilhões em notas.

Para o gestor da Par Mais, Alexandre Amorim, vários fatores explicam o crescimento da participação das debêntures na renda fixa, mas ele considera que a rentabilidade acima da taxa de depósito interfinanceiro (DI) é atraente para os investidores institucionais (fundos) e pessoas físicas. “Com a queda da taxa de juros Selic [de 14,25% para 6,50% ao ano], debêntures que pagam a taxa DI mais 1% ao ano oferecem uma rentabilidade bem maior, se antes representava 107% do DI, proporcionalmente agora [hoje] representam 115% do DI”, exemplifica o gestor.

Na média, entre janeiro e julho de 2018, as taxas em debêntures ficaram em 104,6% do DI, mas ocorreram operações desse intervalo até o máximo de 139,2% do DI.

Segundo o boletim da Anbima, nos últimos 12 meses até julho, enquanto o DI acumulou juros de 7,06%, o Índice de Debêntures Geral (IDA-Geral) teve ganhos de 7,83%. No indicador IDA–DI, que acompanha as debêntures vinculadas ao DI, a rentabilidade foi de 7,92%, e o IDA–IPCA, que acompanha as debêntures comuns atreladas ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) marcou 7,71%.

Em julho passado, o IDA Geral marcou rentabilidade média de 1,07% no mês, ao passo que aplicações a 100% do DI renderam 0,54% no mês antes dos impostos; os CDBs registraram 0,51% de rentabilidade bruta; e caderneta de poupança, ganhos líquidos de 0,37%.

Já para o investidor que havia aportado em debêntures incentivadas, o IDA IPCA Infraestrutura garantiu ganhos líquidos de 6,10% nos últimos 12 meses (0,49% ao mês). “As debêntures de infraestrutura possuem isenção do imposto de renda para pessoas físicas, por isso, a forte demanda por esses papéis incentivados”, disse o gestor da Par Mais.

Alexandre Amorim contou que os fundos de investimentos de renda fixa crédito privado são os principais compradores de debêntures comuns e notas promissórias em ofertas restritas (ICVM 476), enquanto as pessoas físicas preferem debêntures de infraestrutura.

“Surgiram muitos fundos de debêntures incentivadas, que possibilitam uma administração do risco de crédito. Em vez da pessoa comprar um papel, o fundo possui a vantagem de uma carteira diversificada”, contextualizou o gestor.

Vale lembrar que as debêntures de infraestrutura são títulos de dívida corporativa de mais longo prazo, com menor liquidez (capacidade de resgate) e sem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

“As ofertas públicas [ICVM 400] de debêntures, CRA e CRI diminuíram, e não deve ter tantas emissões no segundo semestre, estão esperando passar as eleições. Os grandes bancos estão com ofertas [ICVM 476] para fundos e investidores qualificados”, disse o gerente geral da Socopa Invest, Rogério Manente.

Nas ofertas públicas (ICVM 400) realizadas entre janeiro a julho de 2018, 75,6% dos investidores foram pessoas físicas; já nas ofertas restritas (ICVM 476), as pessoas físicas (investidores qualificados) responderam por apenas 2% do volume, e os institucionais (fundos) ficaram com 58,1% do volume das emissões.

Ofertas recentes

Na contramão das expectativas negativas, de pausa no mercado de capitais no período eleitoral, as emissões de títulos corporativos seguem ativas em agosto. Dados do portal Debêntures da Anbima registram que a Votorantim lançou R$ 550 milhões, seguida pela MRV Engenharia com R$ 542,2 milhões. A Celesc Distribuição captou R$ 250 milhões; a Rodonorte R$ 150 milhões; Vivo em R$ 140 milhões; e Ageo Terminais com R$ 75 milhões.

 

Confira a matéria na íntegra: https://www.dci.com.br/financas/titulos-de-divida-corporativa-ganham-participac-o-relevante-na-renda-fixa-1.732067

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