DCI – Título de dívida corporativa indexado ao IPCA paga juro acima de 1% ao mês

  • 24/10/2018
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Investidores pessoas físicas com acesso a ofertas de títulos de dívida corporativa (debêntures) indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão encontrando juros até acima de 1% ao mês, a depender do risco de crédito e de liquidez desses papéis.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o índice de debêntures IDA IPCA alcançou 1,13% no último mês, e acumula 7,37% de rentabilidade em 12 meses.

Entre as debêntures de infraestrutura – com isenção do imposto de renda (IR) para pessoas físicas –, o IDA IPCA Infraestrutura mostrou ganhos líquidos de 1,02% em setembro e acumulou 6,61% de rendimentos líquidos em 12 meses. Já o IDA IPCA ex-infraestrutura – sem o benefício fiscal do IR – registrou rentabilidade bruta de 1,31% no mês passado, e 8,21% no período de 12 meses.

“Há demanda do investidor por aplicações de renda fixa com rentabilidade mais atraente que Selic e DI”, diz a consultora de investimentos da Órama, Sandra Blanco.

De fato, pelos dados da Anbima, o volume em ofertas de debêntures de infraestrutura alcançou R$ 15,8 bilhões até setembro, montante três vezes superior ao mesmo período do ano passado. Desse volume de quase R$ 16 bilhões, 17% foram diretamente para investidores pessoas físicas (qualificados), e 46,7% para fundos de investimentos com cotistas pessoas físicas.

O sócio da Aditus Consultoria, Victor Moura, também explicou que pelo menos três fatores determinam a atratividade das debêntures de infraestrutura indexadas ao IPCA: o patamar de juros reais acima da inflação, em geral com prêmio acima das NTN-Bs (Tesouro IPCA); o benefício fiscal da isenção do IR; e a perspectiva econômica para o País. “Desde agosto, nós temos um cenário um pouco melhor. Antes, tivemos a greve dos caminhoneiros [em maio] e todas as suas consequências para a economia”, lembrou.

Na visão do gestor da Par Mais, Alexandre Amorim, o mercado de títulos de dívida de projetos de infraestrutura ainda é pequeno, mas tem muito potencial para crescer por meio de fundos de investimentos com debêntures incentivadas. “Os fundos com esses papéis estão operando com hedge (proteção) e deixaram de mostrar muita volatilidade, por isso, estão captando muito dinheiro”, afirmou.

Para Sandra Blanco, a vantagem dos fundos dedicados a debêntures incentivadas é a diversificação do risco de crédito, a possibilidade de um aporte inicial menor e a liquidez para os cotistas. “Uma carteira pulverizada com diferentes papéis minimiza o risco de crédito. Em todo o caso, não é uma aplicação de curtíssimo prazo”, orienta a consultora.

Ela contou, que em geral, essas carteiras exigem aporte inicial de R$ 1 mil. “Aqui na Órama, temos um fundo de debêntures incentivadas com apenas R$ 500 de aporte inicial”, divulgou Sandra Blanco.

A consultora ressaltou que o investidor pessoa física, que compra o título de dívida de projeto de infraestrutura diretamente numa oferta, precisa fazer um aporte maior. “O mercado secundário melhorou muito, mas sempre tem um deságio para quem quiser se desfazer no papel. E há o risco do projeto, da empresa ao se entrar diretamente”, avisa.

Na média apurada pela Anbima, as debêntures incentivadas pela lei 12.431 ofereceram um prêmio (spread) de 7 pontos percentuais ao ano (7%) acima do IPCA no período entre janeiro a setembro de 2018.

Para efeito de comparação, nessa mesma época de janeiro a setembro, as NTN-Bs prometiam juros reais em torno de 5,5% ao ano. Ontem, o título público federal Tesouro IPCA+ com vencimento para 2035 prometia juro de 5,26% ao ano mais a inflação, antes da cobrança do IR sobre os ganhos.

“No fundo com debêntures incentivadas, o horizonte do investidor pode ser de médio prazo, a partir de um ou dois anos. Os papéis [quando adquiridos diretamente] são de longo prazo”, observa Sandra.

Prazo maior de vencimento

Em comunicado divulgado ontem, a Anbima relatou que os vencimentos das debêntures [de todos os tipos] emitidas entre janeiro e setembro deste ano elevaram o prazo médio desses papéis para 6,2 anos: no mesmo período do ano passado, era de 4,6 anos.

“O aumento reflete o avanço das emissões de debêntures incentivadas (Lei 12.431), que, por serem voltadas a projetos de infraestrutura, costumam ter grandes períodos de maturação”, relatou a associação.

Em relação ao ano passado, a participação das debêntures incentivadas no total das emissões corporativas cresceu de 5,8% para 14,4%. “Esses papéis, que são isentos de tributos às pessoas físicas, têm atraído os investidores que procuram diversificação de portfólio e retornos mais competitivos, dada a queda dos juros”, destacou a associação.

As emissões de debêntures com prazos entre quatro e seis anos representam em 2018 (considerando o período de janeiro a setembro) 41,5% do total, contra 36,9% no mesmo intervalo do ano passado.

Aquelas com vencimentos acima de 10 anos passaram de 5,8% em 2017, para 14,4%, na mesma base de comparação. Já as operações com prazos de até três anos, normalmente destinadas ao reforço do capital de giro das companhias, tiveram parcela reduzida de 45% no ano passado, para 31,7% nos nove meses de 2018.

 

Confira a matéria na íntegra: https://www.dci.com.br/financas/titulo-de-divida-corporativa-indexado-ao-ipca-paga-juro-acima-de-1-ao-mes-1.751966/3.301627

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