DCI – Captação de fundos desacelera para R$ 30 bi no primeiro semestre do ano

  • 05/07/2018
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A captação líquida de fundos de investimentos desacelerou para R$ 30 bilhões no primeiro semestre de 2018, ante o volume recorde de R$ 113,6 bilhões em igual período de 2017.

Os dados preliminares até 28 de junho foram divulgados pelo relatório consolidado diário de fundos da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Segundo especialistas consultados pelo DCI, a captação líquida foi muito forte nos primeiros meses do ano, mas depois com o aumento de incertezas nos cenários doméstico e internacional, as carteiras passaram a registrar volumes menores de aportes.

“Se tivermos um cenário mais favorável no segundo semestre, a captação dos fundos deve aumentar. Mas dependendo do resultado da eleição, o sinal pode virar. Mas não acredito que a captação ficará no negativo, pois o juro tende a subir”, avalia a consultora de investimentos da Órama, Sandra Blanco.

Para o gestor da Par Mais, Alexandre Amorim, o mercado de fundos passa por volatilidade desde fevereiro. “Em janeiro, tudo estava bem, e muita gente buscou mais risco em fundos multimercados e de ações. Tivemos volatilidade em fevereiro, março e abril. Mas o mês de maio foi desastroso tanto para a bolsa de valores como para multimercados. Em junho, a maioria dos fundos ganhou dinheiro”, resumiu Amorim.

Em linha semelhante, Sandra Blanco contou que a maior parte dos multimercados teve bons resultados em junho depois de perdas em maio. “Tem fundo que rendeu quase 2% em junho”, conta.

O economista-chefe da DMI Group, Daniel Xavier, lembrou que a greve dos caminhoneiros em maio intensificou a crise de confiança em relação ao desempenho da economia. “No início do ano, esperava-se um crescimento entre 2,5% a 3% do PIB, essas expectativas cederam bastante, e a visão é de economia mais fraca”, diz.

Nesse ambiente com cenário eleitoral indefinido no Brasil, de aumento dos juros nos Estados Unidos, e de expansão da guerra comercial entre as potências globais, Xavier afirma que o Ibovespa ainda pode estar valorizado. “Se a situação se complicar do ponto vista eleitoral, o Ibovespa pode até recuar mais, com oportunidades importantes [para investidores e gestores] no segundo semestre”, diz o economista.

Ele acredita que há poucos motivos para a taxa básica de juros (Selic) subir neste segundo semestre. “Isso vai exigir estratégias mais complexas na renda fixa [para os gestores de fundos]. Mas, para o [investidor] conservador, mesmo com o baixo retorno, o investimento é seguro”, argumentou.

Sandra Blanco, da Órama, também considera que para o investidor de perfil mais agressivo e com horizonte de longo prazo é um bom momento para renda variável. “Nesse ambiente aparecem oportunidades. Observa-se gestores montando posições em papéis de empresas consideradas boas”, disse.

Questionada sobre a movimentação recente dos investidores, Sandra contou que aplicadores de perfil conservador estão voltando a aportar recursos em certificados de depósitos bancários (CDBs). “O mercado se antecipa a alta dos juros, já temos CDBs com taxas de 12,5% ao ano”, cita.

Em outras palavras, é possível encontrar aplicações consideradas seguras como CDBs de prazo longo, com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$ 250 mil, com taxas de 1% ao mês. Mas, na média do mercado, CDBs prefixados de 30 dias (de curto prazo) prometem juros de 6,41% ao ano (0,5191% ao mês), similar a taxa de 6,39% ao ano (0,5175% ao mês) do depósito interfinanceiro (DI).

Prévia da Anbima

Segundo os dados da Anbima até 28 de junho, a captação líquida de fundos de investimentos atingiu R$ 29,252 bilhões no primeiro semestre. Na distribuição por categorias, os multimercados mostraram aportes de R$ 34,255 bilhões, seguido pela entrada de R$ 18,619 bilhões em fundos de ações, enquanto as carteiras de renda fixa tiveram resgates de R$ 33,786 bilhões.

Em menor intensidade, a categoria previdência apresentou captação de R$ 8,408 bilhões, ao passo que fundos cambiais registraram ingresso líquido de R$ 1,061 bilhão, e os ETFs (fundos listados em bolsa) de renda variável receberam R$ 694 milhões em novos recursos.

Em termos de rentabilidade bruta, antes da cobrança dos impostos, os fundos cambiais registraram ganhos de 17,52%, impulsionados pela alta do dólar. Na ponta contrária, fundos de ações setoriais mostraram perdas de 11,91%. Na renda fixa de duração baixa e risco soberano, alta de 2,57%.

Confira a matéria na íntegra: https://www.dci.com.br/financas/captac-o-de-fundos-desacelera-para-r-30-bi-no-primeiro-semestre-do-ano-1.721368

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