Correio da Bahia – Em busca do lucro perdido: veja dicas para começar a investir em ações

  • 21/06/2018
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Com a taxa básica de juros (Selic) estacionada em 6,5%, os ativos em renda fixa estão deixando de ter rendimentos razoáveis. Por isso tem aumentado o volume de investidores interessados em viver perigosamente o risco de apostar na Bolsa de Valores. Segundo uma das maiores corretoras que atuam no mercado financeiro do Brasil, a Easynvest, a procura por produtos com maior risco na sua base de clientes se multiplicou por quatro ao longo dos últimos dois anos.

“O investimento em ações (renda variável) é uma das alternativas que os investidores possuem para diversificar a carteira de investimentos e buscar maior rentabilidade. Também se tornou simples operar em ativos como ações e os custos para abrir contas são mais baixos”, destaca gerente comercial da corretora, Fábio Macedo.

Muita gente ainda pensa que é preciso já ser rico para investir no mercado financeiro. Mas na verdade dá para começar a montar sua carteira com pequenos aportes. Ainda de acordo com Macedo, é possível comprar ações fracionadas da Petrobras a partir de R$ 20. A empresa é a mais negociada dentro da corretora. “O destaque é devido à alta volatilidade que a Petrobras apresentou nos últimos meses”, justifica.

O tíquete médio para compra de um lote padrão de ações é em torno de R$ 2 mil. Para o mercado fracionário, onde o investidor adquire cotas, a média de investimentos em um lote é de R$ 280. “O aumento da educação financeira também é outro fator que levou os investidores a procurarem alternativas que mantenham o mesmo nível de remuneração do passado”, diz Macedo.

Expert

O professor Carlos Magno Júnior é um destes investidores que aumentou o seu apetite após sentir a necessidade de sair do tradicional. Desde o inicio do ano ele resolveu investir em fundos imobiliários. “Preferi conhecer antes a bolsa de valores para dar passos mais seguros em direção ao mercado de ações. Os ativos que eu tinha em renda fixa deixaram de render e com isso surgiu a necessidade de me arriscar um pouco mais”, conta.

Antes, 100% dos seus investimentos eram em renda fixa. Pelo menos 40% deles foram redirecionados para os fundos imobiliários. No próximo mês, a meta é destinar 25% para o mercado de ações. “Tudo que a gente quer é uma aposentadoria confortável. A minha carteira é totalmente previdenciária”, afirma.

Se a ideia é diversificar, onde tem risco, tem oportunidade. O CORREIO montou um guia para quem está decidido a se tornar um investidor arrojado (veja abaixo). Antes, porém, é preciso estudar bem o mercado e conhecer até que ponto o coração aguenta o sobe e desce contínuo da Bolsa de Valores.

Na WM Manhattan, a procura por cursos online sobre bolsa de valores representa atualmente 22% da busca geral na plataforma. No blog, o tema responde por 30% da leitura. “Analise e pesquise antes de investir em qualquer coisa. É fundamental conhecer os ativos, suas peculiaridades, mensurar variáveis como volume, liquidez e volatilidade e dominar as regras de taxação. Entender melhor o modelo de negócios dessas empresas vai permitir entendermos quais os fatores macroeconômicos que podem influenciar o preço das ações”, aconselha o presidente da WM Manhattan, Pedro Rabelo.

O passo seguinte é definir a estratégia. A orientação é do presidente do Guia Bolso, Thiago Alvarez. “Para investir é necessário estar com a vida financeira equilibrada, de maneira que a pessoa consiga fazer uma economia mensalmente. Às vezes será necessário esperar a ação se recuperar; em outras, aceitar a perda e realizar o prejuízo”, orienta Alvarez.

A sugestão do fundador do aplicativo Renda Fixa, Francis Wagner, é que seja aplicado na bolsa um valor que não será necessário no curto prazo. “O mercado de ações sempre apresenta boas oportunidades para comprar e vender ativos, independente do cenário econômico. Duas coisas podem ajudar a garantir um bom retorno: prazo e tipo de investimento. Em média, investimentos de longo prazo possuem um retorno maior se comparados aos de curto, a diferença é bastante significativa”.

DÁ PARA LUCRAR COM A ALTA DO DÓLAR? ESPECIALISTA EXPLICA

O dólar atingiu, na última quinta-feira (7/6), R$ 3,92, o maior valor desde março de 2016. A alta da moeda americana impacta em todos os setores da economia e por isso é um movimento ao qual os investidores precisam estar atentos, principalmente quem quer começar a aplicar na bolsa. Para saber como começar com o pé direito, o CORREIO conversou com o gestor de investimentos da Par Mais, Alexandre Amorim. Confira:

Qual o impacto da alta do dólar no mercado de ações? Isso é bom ou ruim para o investidor? O dólar impacta toda a economia e, por consequência, o mercado de ações. Empresas exportadoras terão mais receita, por isso se valorizam num evento assim. Empresas que têm dívida em dólar ou as que usam insumos importados terão seus custos elevados e menos lucros, portanto, se desvalorizam. Para o investidor isso pode representar risco ou oportunidade.

Que outras variáveis econômicas interferem no rendimento das ações? Dois grandes fatores influenciam o mercado. Fundamentos e fluxo de capital. Os fundamentos têm a ver tanto com fatores econômicos como com a gestão das empresas. Muitas vezes os fundamentos acabam sendo atropelados pelo fluxo. Neste momento, em que muitos investidores estão migrando de mercados emergentes para os EUA por conta do aumento dos juros por lá, o fluxo de dinheiro acaba pressionando o mercado.

Como manter uma boa rentabilidade? Com disciplina, muito estudo e conhecimento – somado a uma boa dose de sangue frio. Recomendamos que os investimentos em ações sejam feitos com o auxílio de um gestor profissional, diretamente ou através de um fundo de investimentos. Normalmente os resultados são melhores.

DICA DA SEMANA: COMO COMEÇAR A INVESTIR NA BOLSA

Corretora de valores Procure a corretora que ofereça uma boa taxa e tenha um bom sistema, além de um atendimento de qualidade. O valor da taxa não é o único ponto que deve ser avaliado, pois algumas corretoras possuem taxas mais baixas, porém, não oferecem um bom serviço. Por isso é importante colocar na balança o melhor custo benefício para não sair perdendo do outro lado.

Cadastro Além de preencher com os seus dados, as corretoras pedem comprovantes de residência e documento com foto. O prazo para que os dados sejam analisados varia de corretora para corretora, mas não costuma ser mais do que três dias úteis. Aí é só fazer a transferência para a conta da corretora com o valor que deseja investir.

Busque informações Estude as aplicações, veja informações sobre as empresas em casas de análises ou com analistas de sua confiança. Pesquise a credibilidade do relatório para tomar a melhor decisão.

Equilíbrio Outro ponto funadamental antes de decidir investir é ter planejamento. Como anda seu orçamento? Equilibre sua vida financeira antes de investir.

Renda variável O mercado de ações envolve riscos. Um dia você pode ganhar dinheiro e neste meso dia, perder tudo. Por isso, não adianta depositar toda sua grana lá. A dica é reservar cerca de 15% da sua carteira de investimentos para aplicar em renda variável.

Qualquer valor As pessoas pensam em aplicar um volume alto de uma só vez, mas quando se trata de investimentos, o mais interessante é ter regularidade, mesmo que em quantias menores.

Perfil É preciso conhecer e entender qual o seu perfil de risco. Comece pequeno, teste, pratique, diversifique. O que vai garantir um bom retorno dos seus investimentos é uma boa análise, um bom gerenciamento de risco e um comportamento alinhado com seu apetite.

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