Correio Braziliense – Redução dos juros obriga investidores a assumir maior risco para lucrar

  • 13/12/2019
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A taxa básica de juros (Selic) nunca foi tão baixa na história e isso pode ser uma dor de cabeça para o pequeno poupador, que estava acostumado a deixar o dinheiro na caderneta de poupança ou em fundos de renda fixa. A partir de agora, ele vai ter que pesquisar bastante para buscar retornos maiores. Será preciso ficar atento às opções no mercado, às taxas de administração de fundos e também correr mais riscos, como acontece em economias desenvolvidas.

É preciso colocar tudo na ponta do lápis para não perder dinheiro. Com a nova Selic, de 4,5% ao ano, o rendimento da caderneta passará para 3,15% ao ano, pelas contas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Essa taxa é inferior à da inflação acumulada em 12 meses até novembro, de 3,27%. Em novembro, conforme dados da Economática, a caderneta rendeu 3,9% em 12 meses. Enquanto isso, até esta quinta-feira (12/12), a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) tinha valorização de 27,6% no ano.

“O brasileiro está vivendo uma nova realidade na economia com juros mais baixos. A rentabilidade da nova poupança (para depósitos realizados a partir de 3 de maio de 2012) é de 70% da Selic. Como a inflação projetada tende a aumentar, devido às pressões no preço da carne e do dólar, a tendência é que, daqui para frente, para evitar perdas no poder de compra, as pessoas devem migram para outros investimentos em renda variável, como a Bolsa”, destacou o economista Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac. Ele lembrou que, na poupança velha (válida para os depósitos realizados antes de 3 de maio de 2012), a rentabilidade é de 6,17% ao ano, mas poucos ainda têm recursos nessa modalidade.

Imposto

Levantamento feito por Ribeiro mostra que até mesmo um fundo de investimento com taxa de administração abaixo de 0,5% passa a perder para inflação, porque paga imposto de renda de 15% a 22%, dependendo do tempo em que o dinheiro fica aplicado. Segundo ele, um CDB que os bancos costumam oferecer pagando menos de 85% do CDI não é recomendável porque “perde para a nova poupança”. Segundo ele, até mesmo os títulos do Tesouro Nacional podem não ser um bom negócio a curto prazo.

Fazer um planejamento com prazos e objetivos claros, é a dica de Alexandre Amorim, gestor de investimentos da Par Mais, gestora de carteiras familiares. “É preciso ficar atento às taxas de administração dos fundos, porque, se forem acima de 2%, o rendimento pode ser negativo”, alertou. “É preciso organizar melhor as finanças. Destinar uma parte de recursos para uma reserva de emergência, a fim de fugir dos juros do cheque especial. Depois, um planejamento de curto prazo ou de longo prazo para não sacar o dinheiro antes e perder a rentabilidade”, explicou.

Confira a matéria na íntegra: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2019/12/13/internas_economia,813698/reducao-dos-juros-obriga-investidores-a-assumir-maior-risco-para-lucra.shtml

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