Temos insistentemente, nas últimas cartas, falado da expectativa em relação à eleição presidencial e dos problemas que o próximo governo terá que enfrentar. Agora, hora da decisão, mais uma vez temos a eleição polarizada entre dois extremos.
Decisões econômicas equivocadas, que buscavam o crescimento da economia através do estímulo ao crédito, com juros baixos e estímulos fiscais, porém num ambiente de baixa confiança e pouca segurança jurídica nos fez entrar em um círculo vicioso. O resultado todos já sabem – endividamento da população, descontrole nas contas públicas (governo gastando mais do que arrecada) ao mesmo tempo em que a arrecadação diminuiu drasticamente, por conta da recessão.
As coisas até começaram a melhorar quando, após o impeachment de Dilma, uma equipe econômica séria e comprometida conseguiu ganhar a confiança do mercado novamente. Entretanto o governo estava atolado em problemas e teve que gastar todas as suas fichas para salvar sua própria pele, enquanto a agenda de reformas ficou em segundo plano.
Para piorar, enquanto tudo isso acontecia por aqui o mundo vivia um momento de bonança, com forte crescimento e estímulos monetários. Agora a situação já está bem diferente. O mundo começa a entrar em “voo de cruzeiro”, os estímulos estão sendo retirados e vários países emergentes começam a sofrer com essa falta de liquidez.
E como fica o Brasil pós-eleições?
Temos agora um cenário muito mais claro. Muitas dúvidas pairam sobre os dois candidatos, mas, ao menos, seus planos de governo são muito claros em relação a disposição de fazer reformas, cortar gastos do governo e diminuir o tamanho do estado.
A situação fiscal brasileira é realmente desafiadora. A dívida pública, em patamares preocupantes, ficará insustentável caso não seja tratada com seriedade e celeridade. Mas nem tudo está perdido. O remédio para o ajuste é amargo, mas o diagnóstico é claro e já foi feito.
O primeiro passo, que parecia ser um grande problema, já foi dado. A renovação do congresso (Câmara e Senado) foi bem maior do que se imaginava e com um enxugamento significativo da esquerda. Os principais partidos, envolvidos nos escândalos de corrupção e experts nas negociatas para definição de posições políticas, também perderam força. Ou seja, pode-se esperar do congresso um perfil mais propenso a aprovação de reformas.
O próximo passo é, com o governo eleito, a montagem da equipe econômica, definição sobre quantidade e ocupantes dos ministérios. Caso isso seja feito de forma adequada, podemos passar do atual ciclo vicioso para um virtuoso, ou seja, a confiança gerada pode trazer investimentos – tanto no mercado de capitais, como investimentos na atividade econômica. Bolsa sobe, dólar e juros caem, e a confiança das pessoas acaba aumentando também – impulsionando o consumo e impulsionando a economia real.
Com isso, ao mesmo tempo que reformas seriam aprovadas, a arrecadação do governo aumentaria. Temos muito espaço para o crescimento, sem que isso gere pressão sobre a inflação, por conta de toda a capacidade ociosa atual.
Claro que o caminho não é tão simples assim, mas o problema pode ser enfrentado e poderemos ter dias melhores pela frente. Assim como, qualquer erro de percurso, falta de celeridade na resolução dos problemas, ou ainda a falta de preocupação do próximo governo com tudo isso, podem gerar efeito inverso.
Como dito, o problema atual é sério e sua solução é desafiadora. Mas somos brasileiros, trabalhadores, resilientes, resistentes e merecemos sim um futuro promissor!
Alexandre Amorim, CGA, CFP®
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