Carta do gestor: outubro/2018

  • 09/11/2018
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atual situação economica do Brasil

Como há muito temos falado, as eleições de 2018 podem representar o início de um novo ciclo para o Brasil.

O país passou por muitas coisas nas últimas décadas – desde a hiperinflação dos anos 80, a estabilização econômica dos 90, o crescimento dos anos 2000 e a maior recessão da história nessa década. E a eleição se tornou especialmente importante pois, apesar da virada na condução econômica após o impeachment de Dilma Roussef, o governo de Michel Temer foi extremamente conturbado, marcado pela oposição ferrenha, falta de popularidade e escândalos de corrupção. Por esse motivo, as eleições desse ano poderiam representar uma virada.

Só que a eleição não foi nada tranquila. Começamos com a expectativa de que um outsider (alguém sem vínculo com a política) pudesse vir a ser candidato. Tivemos nomes aventados, como Luciano Hulk e Joaquim Barbosa, mas as candidaturas não vingaram e acabamos com candidaturas (talvez com exceção de João Amoêdo) de nomes conhecidos. Outra coisa atípica, foi a mudança na lei eleitoral que limitou os gastos e diminuiu o tempo de campanha. Por fim, também não se sabia qual seria o impacto da internet na campanha, o que aumentava a incerteza.

Por fim, acabamos mais uma vez com uma eleição polarizada. Só que dessa vez o adversário do PT foi um nome novo, com pouco dinheiro e quase nenhum tempo de televisão e que, apesar de ter longa carreira política, representava para muitos a mudança almejada. Além disso, seu plano de governo vinha de encontro aos anseios de empresários e investidores, e também dos eleitores mais liberais, que almejavam um estado menor e mais eficiente.

Bom, o resultado das eleições todos conhecem. Mas arriscamos a dizer que, apesar de toda a polarização da campanha, a imensa maioria dos eleitores quer um Brasil melhor, mais eficiente, mais justo e menos corrupto e, portanto, podem vir a se unir e apoiar o governo caso boas propostas sejam apresentadas.

Um fato interessante ocorrido após a eleição pode representar isso. A aprovação no senado do aumento para o Judiciário está unindo, na crítica, brasileiros de ambas convicções. Outro movimento que aparentemente está nascendo é de uma nova oposição, mais consciente e que promete não ser contra as propostas simplesmente por ser oposição. E deve-se frisar também que a maioria dos eleitores do Bolsonaro serão também seus críticos.

O congresso também será renovado e dará uma guinada à direita, o que deve ajudar a aprovar a agenda econômica tão necessária para que o problema fiscal seja atacado, o Brasil organize as suas contas e volte a gastar menos do que arrecada.

Portanto, temos sim um ambiente novo. Isso, por si só, já trouxe ânimo a investidores e empresários e a confiança começa a melhorar. Os primeiros resultados, claro, são sentidos no mercado financeiro com a alta da bolsa e queda do dólar. E como sabemos, o mercado sempre tenta antecipar os fatos e isso é um prenúncio de que a economia deve sim voltar a crescer.

O ritmo de crescimento vai depender de muitos fatores que vão desde a composição dos ministérios, o ritmo de aprovação de medidas, as propostas para eficiência do estado, privatizações, concessões etc. E também da situação econômica mundial, já que o mundo já está diminuindo seu ritmo de crescimento.

Mas a diferença de crescimento do Brasil e do mundo foi tão grande nos últimos anos que, mesmo que o mundo cresça menos, ainda há uma grande lacuna a ser preenchida pelo Brasil. Temos ainda uma situação positiva para o crescimento em relação a vários fatores, desde a capacidade ociosa de empresas, força de trabalho disponível, inflação e juros baixos.

Portanto, o prognóstico é bom. Podem até nos chamar de otimistas (e somos sim) mas o Brasil tem uma forte possibilidade de crescimento que pode gerar empregos, melhoria de renda e, é claro, oportunidades de investimento. Temos uma nova chance. Vamos aproveitá-la!

Alexandre Amorim, CGA, CFP®


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