Carta do gestor: novembro/2019

  • 17/12/2019
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Atual situação econômica do Brasil - Carta do Gestor


Depois da forte recessão econômica vivida recentemente era de se esperar uma retomada do crescimento, afinal de contas, o Brasil já passou por tantas crises que nos acostumamos a sair delas. Quase sempre mais fortalecidos.

Com a saída da dupla Dilma/Mantega, um “cavalo de pau” foi dado na condução da economia. Mas, se por um lado o carro (economia) foi colocado no caminho certo, o chefe da equipe (Michel Temer) não tinha apoio suficiente para promover as mudanças necessárias. Por isso, tantas fichas foram depositadas no novo governo.

Apesar dos pesares, justiça seja feita, muitos avanços foram conquistados durante o mandato de Michel Temer, e entre os principais podemos destacar o teto dos gastos, a reforma trabalhista e a criação da TLP (taxa de longo prazo). Com isso pudemos começar 2019 com a inflação controlada na banda de baixo da meta e a taxa de juros a níveis baixos para padrões brasileiros.

Mas, apesar disso, o cenário ainda era sombrio. A expectativa de déficit no orçamento de 2019 era de R$139 bilhões e a dívida pública beirava 80% do PIB. E tudo poderia piorar se a Reforma da Previdência não passasse pelo Congresso.

Nessa época estimava-se que o Brasil, saindo do fundo do poço, poderia crescer 2,5% em 2019. Essa retomada teria impactos e, com isso, estimava-se uma elevação na SELIC para 8,5% no final do ano.

E o ano de 2019 acaba com a impressão de que nossa economia ainda não consegue deslanchar. Apesar de muitos sinais de melhora, o crescimento tem sido lento, o desemprego continua alto e as incertezas são muitas.

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Confira a nossa análise semanal do cenário macroeconômico com foco nos investimentos, por Alexandre Amorim, CGA.

Mas porque nossa economia não decola?

Como diz o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, “a economia é um avião com duas turbinas – uma delas é o investimento público e a outra é o privado. E a turbina pública está ligada no reverso”.

Como em qualquer orçamento, quando as contas estão no vermelho existem duas opções, aumentar a receita ou cortar a despesa.

O Brasil já tem uma carga tributária gigantesca e, por outro lado, tem um estado gigantesco que gastava de forma muito ineficiente. Portanto, o caminho escolhido foi o ajuste pelo lado da despesa.

E o Brasil é realmente um elefante branco!

Temos excesso de regulamentação e burocracias. Somos o país dos carimbos, certidões e selos. Portanto, para mudar o Brasil seria necessário enfrentar o corporativismo, resistência política e uma série de interesses de quem acabou se acostumando com um estado paternalista e protetor.

Mas a equipe economia arregaçou as mangas e colocou a mão na massa.

Apesar de estarmos acabando 2019 com um crescimento abaixo da expectativa inicial, o alicerce para o crescimento está sendo construído de uma forma muito mais sólida do que em outros momentos, justamente para que os voos de galinha não se repitam.

Devemos encerrar o ano com um déficit em torno de R$ 80 bilhões, quase a metade do orçamento aprovado. A Reforma da Previdência foi aprovada com uma economia quase duas vezes superior à da proposta de Michel Temer. A trajetória de crescimento da dívida foi estancada, a inflação continua controlada, o desemprego (ainda que a passos lentos) vem diminuindo e a taxa SELIC continua batendo recordes de baixa.

Além disso, uma série de medidas foram tomadas para aumentar a eficiência e competitividade do estado, redução de cargos, nomeação de técnicos em estatais, revogação de uma infinidade de decretos, portarias e normas regulamentadoras que, na prática, só causavam confusão, incerteza e ineficiência, travando a atividade econômica.

Com isso, combate-se também um dos grandes entraves ao crescimento que é a insegurança jurídica.

A digitalização do governo e a desburocratização, medidas silenciosas que vem sendo tomadas, poderão gerar, em breve, economia de valores tão expressivos quanto os da reforma da previdência.

Com tudo isso, vem sendo dado condições para a economia crescer de forma sustentável e sermos mais competitivos e eficientes. Isso também nos coloca em condições favoráveis em relação a nossos pares no mundo dos “emergentes”.

Com a taxa de juros a níveis abaixo dos 5% deixamos de ser o paraíso dos especuladores para ser um país onde qualquer empresa pode se financiar a taxas competitivas (e não apenas as escolhidas, que tinham acesso aos juros subsidiados do BNDES). Isso fortalece o mercado de capitais, tira do estado o peso de ser “a mão forte” da economia, estimula a poupança e gera riqueza – quem sabe iniciando um ciclo virtuoso.

Não se pode negar também que nosso congresso, apesar de tudo, vem desempenhando papel importante nesse processo.

Claro que ainda há muitos problemas, mas temos visto a montagem das agendas e os debates em cima de temas concretos e não apenas por conta do apoio ou não ao governo. Também vimos aprovação de temas importantes sem os fatiamentos de ministérios, cargos e verbas.

Portanto, podemos sim esperar um futuro melhor para o Brasil.

Mais competitivo, mais dinâmico, eficiente e, por que não, mais justo. Afinal de contas, para se fazer política social e distribuir riqueza é preciso, antes de mais nada, que haja riqueza para distribuir.

Portanto, os votos de um ótimo 2020 seguem com a convicção de que teremos um ano realmente novo para nossa economia.

Um ano para comemorar.

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