Carta do Gestor: maio/2016

  • 12/05/2016
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atual situação econômica do Brasil

Atual situação econômica do Brasil: a esperança vai vencer o medo?

Após a votação da câmara a favor do impeachment, é praticamente certo que a presidente Dilma Roussef seja afastada de seu cargo nos próximos dias. A decisão foi de encontro ao desejo da imensa maioria da população, foi acompanhada como se fosse uma final de copa do mundo entre Brasil e Argentina e comemorada como se tivéssemos ganho de goleada!

Essa saída foi tão esperada e tão comemorada porque traz de volta a esperança. A esperança de que tenhamos um país mais sério, mais ético, com menos promessas oportunistas e eleitoreiras e com menos corrupção. Com esperança de que a crise financeira ceda lugar à volta do crescimento, do emprego e do aumento de competitividade do país.

Mas a realidade é dura. Muito mais dura do que a maioria pode imaginar. Estamos vivendo uma das maiores e mais sérias crises econômicas e fiscais. E não há solução fácil, que não dependa de sérias e profundas reformas.

A saída de Dilma se dá em favor de seu vice Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, partido que está envolvido até o pescoço na operação lava jato. Portanto o impeachment da presidente não representará o fim da crise política, que tantas vezes se misturou com a crise econômica nos últimos tempos.

Portanto agora o que temos é a esperança na própria esperança! Isso parece estranho, mas a economia é movida por duas grandes forças: os fundamentos e as expectativas. Os fundamentos brasileiros não poderiam ser piores – tão ruins que muitos acreditam estarmos no fundo do poço. Por outro lado, a esperança muitas vezes funciona como a força motriz da própria economia.

Nos últimos anos era muito claro o caminho que estava se tomando pelo governo. As decisões desastrosas, as medidas de incentivo direcionadas e a instabilidade jurídica minaram a confiança de investidores e empresários que, com a expectativa de que estávamos no caminho errado, deixaram de acreditar no país e, consequentemente, de investir.

Por piores que sejam os fundamentos, o mercado não acredita que possa haver qualquer governo pior que o atual, portanto a saída de Dilma – por si só – já é um fato positivo. Caso haja uma boa transição, a esperança por dias melhores poderá voltar e isso poderá ser a força para que investidores voltem a confiar no país, empresários tenham esperança em dias melhores e invistam em suas empresas, representando mais emprego e renda.

Portanto, a esperança de que dias melhores virão poderá a ser o prenuncio para a volta da confiança e crescimento.

Não haverá futuro fácil, o remédio é amargo e o crescimento só virá a custa de sacrifícios. Mas o processo de mudança está apenas começando – que sejam punidos todos os outros que merecerem e que tenhamos o Brasil que o brasileiro, honesto e alegre, merece!

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