Carta do gestor: janeiro/2019

  • 08/02/2019
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Brasil liberal

atual situaçao economica do brasil

A economia brasileira já passou por diversas fases e, ao que tudo indica, neste momento estamos prestes a viver um novo ciclo, com a implementação de um novo modelo econômico.

Antes de mais nada, gosto sempre de frisar, vamos nos ater à forma de condução da economia e não às demais políticas e vieses de pensamento de cada um dos governos.

Para não ir muito longe, considerando o último meio século, tivemos quase duas décadas de desenvolvimento nacionalista durante o governo militar. Na sequência, no período de redemocratização, vivemos uma década e meia de crise econômica e hiperinflação, seguido por pouco mais de duas décadas de social democracia.

Talvez muitos tenham estranhado (ou até se arrepiado) por eu colocar os governos de PSDB e PT no mesmo “pacote”. Claro que os dois governos tiveram abissais diferenças, mas, em termos de desenvolvimento econômico, os governos de FHC e Lula foram de certa forma parecidos. Não se pode negar os efeitos que a estabilização econômica e o controle de inflação de FHC tiveram sobre a distribuição de renda e o crescimento econômico das famílias. Também não se pode negar que o governo Lula tenha seguido a cartilha econômica do PSDB. Mas para se fazer política social e distribuição de renda é preciso, antes de mais nada, ter renda. E durante o governo Dilma, com as receitas em queda, o que vimos foi o agravamento da dívida pública e a volta da inflação.

Não havia dúvidas que era necessária uma nova virada na economia. E nisso o governo Temer teve muita importância pois foi marcado pelo início de uma mudança radical na condução da economia. Temer conseguiu a estabilização da inflação e a aprovação de algumas pautas importantes para controlar a dívida pública. Apesar de não ter conseguido passar as reformas mais importantes, tê-las colocado em pauta foi crucial pois houve tempo para discussão e maturação das ideias e, mais o que isso, para que houvesse a conscientização geral da importância dessas reformas.

E aí tivemos a eleição de 2018 e com ela, a carta branca para uma equipe econômica com viés liberal. Ou seja, um viés econômico completamente diferente do que estávamos acostumados em toda a história econômica brasileira. O pensamento liberal prega o crescimento da economia através da iniciativa privada, com peso menor do estado. Por isso, prega um estado mais enxuto, com menos burocracia focado apenas em atividades inerentes ao governo.

Roberto Campos, um dos “papas” do liberalismo no Brasil (e não por acaso avô do presidente do Banco Central) dizia que “no socialismo as intenções são melhores do que os resultados e no capitalismo os resultados são melhores do que as intenções”. É fato que com uma economia pujante a renda das famílias aumenta, cresce qualidade de vida e o consumo e, consequentemente, a própria economia continua sendo estimulada, gerando um ciclo virtuoso.

Com um estado mais enxuto, com regras mais claras, mais segurança jurídica e menos burocracia, com mais estímulo à iniciativa privada e uma economia mais aberta, é provável que possamos gerar mais interesse nos investidores, que significa mais dinheiro entrando para projetos de longo prazo – infraestrutura, capitalização ou compra de empresas e outros investimentos diretos. Essa política pode atrair capital de longo prazo (e não o especulativo que vem apenas para aproveitar altas taxas de juros), ou seja, capital que entra no país sem prazo para sair, que estimula a economia e gera crescimento.

Obviamente o caminho não é fácil e a fórmula não é simples, ainda mais em um país complexo como o Brasil. Como dizia Pedro Malan, “todo problema complexo tem uma solução simples, conveniente politicamente e de fácil aceitação para a base governista e, sobretudo, errada”.

Portanto, muita água ainda vai rolar e muito deve acontecer. Mas tenho convicção de que a nova política econômica pode gerar resultados muito positivos para o nosso país, para o desenvolvimento da economia e de negócios e com consequências diretas no desenvolvimento social e geração de renda.

Em 2030 eu resgato essa carta, para ver se estávamos certos.


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