Carta do Gestor: fevereiro/2018

  • 05/02/2018
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Estamos vivendo um momento ímpar na economia. Desde a crise de 2008 – há 10 anos atrás – os bancos centrais mundiais vêm estimulando suas economias com a injeção de dinheiro no mercado. Em tese o estímulo monetário faz crescer o consumo, produção, emprego, investimentos, etc. Portanto, alguns fatores como taxas de crescimento, capacidade de produção, emprego, renda e inflação, entre outros, eram observados a fim de identificar o momento em que esses estímulos deveriam começar a ser retirados. E de fato, o mundo voltou a crescer de forma consistente, as taxas de desemprego diminuíram e a lucratividade voltou. Todos esses estímulos são, em essência, inflacionários, mas, ao contrário do que dizia o ‘livro texto’, a inflação continuava (e continua) em níveis baixos.

Bom, vários fatores podem estar envolvidos, mas sem dúvidas, um dos mais importantes é a revolução tecnológica que estamos vivendo.

A internet existe (no formato atual) a pouco mais de 20 anos. Logo de imediato foi visto que estávamos diante de uma revolução e, não por acaso, as empresas dedicadas ao “mundo digital” logo começaram a se multiplicar e, mais do que isso, serem precificadas a valores astronômicos!

Porém, a única certeza era de que a internet seria transformadora. Mas justamente por ser tão abrangente, era muito difícil avaliar quais os caminhos para transformá-la em algo realmente útil e lucrativo. E o que aconteceu logo em seguida foi a “explosão da bolha da internet”, ou seja, empresas que tinham valores astronômicos em bolsa simplesmente deixaram de existir. A Bolsa de Valores Nasdaq, dedicada a tecnologia, demorou 15 anos para recuperar as perdas.

Dessa época já se passaram quase 20 anos e, nesse tempo, muita coisa aconteceu. Empresas de tecnologia vem dominando mercados e seus proprietários já fazem partes das listas dos mais ricos do mundo. Empresas como Uber e Airbnb valem mais do que petrolíferas ou bancos.

O fato é que a tecnologia entrou de fato nas nossas vidas. Não precisamos mais ir ao banco ou ao mercado. Em breve, provavelmente, não precisaremos nem ao menos executar as listas de compras. Também não precisaremos mais dirigir e, quem sabe, não precisaremos mais nos reunir em escritórios físicos para trabalhar.

Mas porque estamos falando disso?

Muita coisa tem mudado também nas economias mundiais. A surpresa do crescimento das economias sem pressão da inflação sem dúvidas tem uma grande participação do uso da tecnologia. O processo de interação com o cliente mudou e o ganho de eficiência e eficácia é enorme. Tudo isso faz reduzir custos e, consequentemente, preços. Não se pode negar que a tecnologia também vai pressionar para baixo salários.

O fato, é que estamos entrando num mundo novo e, por isso, teorias e teses econômicas tem sido quebradas e uma delas, como estamos vendo na prática, é a de que crescimento gera inflação. Da forma que as coisas vêm acontecendo o estímulo ao mercado não vem sendo acompanhado pelo crescimento dos preços e por isso as taxas de juros continuam baixas.

Se não houver aumentos das taxas de juros dos bancos centrais não haverá a tradicional “troca de mão” do dinheiro, saindo do risco e indo para investimentos conservadores. E esse sem dúvidas, será um mundo novo para investimentos e investidores.

Bom, mas tudo isso ainda é especulação. Com grande probabilidade de acontecer, mas ainda especulação. Nossa obrigação é de acompanhar essas mudanças e encontrar oportunidades nesse novo mundo.

Alexandre Amorim, CGA, CFP®


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