Carta do gestor: dezembro/2018

  • 04/01/2019
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Ano novo, energia nova, novos planos, novas esperanças. Há muito tempo estas máximas de ano novo não eram tão válidas para a economia do nosso país como agora. Arrisco a dizer que é a primeira vez em mais de uma década que podemos ter tanta esperança de melhoras no ano novo.

Vale lembrar que falamos de economia! Não queremos nos ater a ideologias ou fazer qualquer julgamento sobre conduta política, tanto desse governo quanto dos anteriores.

Por outro lado, a economia é a base do desenvolvimento. Progresso e dinheiro estão intimamente ligados, não apenas agora, mas em toda a história da humanidade. Como dizia Niall Ferguson “A inovação financeira tem sido um fator indispensável no avanço do homem e a evolução econômica sempre esteve presente junto aos grandes acontecimentos históricos”.

E porque estamos falando disso?

Viemos de um período em que o estado atuou como principal agente no crescimento da economia. As políticas sociais e de distribuição de renda fizeram com que as classes mais baixas passassem a ter acesso a bens, serviços e consumo de forma inédita. Com isso aumentava a força de trabalho, a sua capacitação, a renda média e – tecnicamente, isso acabava gerando ainda mais crescimento à economia.

Entretanto, uma série de erros na condução econômica acabou minando a confiança de empresários e investidores, ao mesmo tempo que estimulava o consumo. O resultado disso foi uma população endividada, inflação em alta, produtividade em baixa e o país entrando na pior recessão de sua história.

E para se fazer política social é preciso dinheiro. Quanto pior a economia, menos se arrecada e quem gasta mais do que arrecada, fica endividado. Como consequência, o endividamento brasileiro explodiu!

Quem também explodiu foi a inflação e, para combate-la, os juros subiram. E a inflação é uma crueldade! Inflação alta é uma das maiores formas de transferência de renda (de pobres para ricos), já que os endividados (cuja renda não cobria as despesas) pagavam juros altos que eram recebidos pelos poupadores. Ou seja, o tiro acabou saindo pela culatra. O projeto que previa maior distribuição de renda aos mais pobres, acabou com eles gastando o suor de seu trabalho no pagamento de juros altos.

E no que 2019 será diferente?

Estamos vivendo um momento ímpar na economia. A promessa é por uma guinada forte, quebra de paradigmas e dogmas e implementação de um novo modelo.

Nas palavras do Ministro da Economia, Paulo Guedes, o Brasil “entra para um grupo que acredita que a maior engrenagem descoberta pela humanidade para garantir a inclusão social são as economias de mercado”. Ou seja, a equipe econômica acredita que a melhor forma de inclusão social é através de um estado mais eficiente, que gaste menos e que se torne um ambiente mais favorável para negócios.

O Brasil é um país de muito potencial e especialmente resiliente. Depois de uma crise como a que passamos, pode-se dizer que a mola está comprimida e pronta para se soltar e o ponto de partida pode ser o aumento da confiança. E de fato, a equipe econômica tem ganho a confiança de empresários e investidores. O aumento de confiança costuma se refletir no aumento de investimento e, consequentemente, no aumento de empregos, renda, consumo e isso acaba se transformando num ciclo virtuoso.
E esse é o motivo da expectativa positiva. O Brasil quer crescer e falta apenas a confiança em um cenário mais prospectivo.

Devemos fazer um parêntese e vangloriar a equipe econômica do governo Michel Temer. O trabalho realizado foi hercúleo, recebendo o país numa das piores crises da história e entregando com a inflação controlada e a expectativa de um longo período de juros muito baixos. A situação só não foi melhor pois o presidente gastou todas as suas fichas para salvar a pele após as denúncias de corrupção – renunciando à agenda econômica.

O horizonte é bom, o diagnóstico está correto e o tratamento é o mais indicado, mas, obviamente, o caminho não é nem nunca foi simples. Sem dúvidas haverá uma série de dificuldades pelo caminho, especialmente porque boa partes das decisões dependerão de apoio e vontade política. Temos também pelo caminho um ambiente bem mais hostil na economia mundial.

Mas como bons brasileiros queremos o melhor para nosso país e, mais do que nunca, precisamos fazer nossa parte, trabalhando duro, com a cabeça aberta e muito senso crítico. E que bons ventos nos levem, afinal de contas, nós merecemos dias melhores!


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