Carta do gestor: agosto/2018

  • 13/09/2018
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atual situação economica do Brasil

Chegou o momento da reta final das eleições à presidente da república! A eleição deste ano tem uma importância especial pois o país está saindo da pior recessão de sua história, por um lado ainda tem graves problemas que ainda precisam ser solucionados e por outro tem um grande potencial de crescimento. E o resultado das eleições pode determinar esse rumo.

Vale lembrar um pouco da história. Quem tem menos de 40 anos talvez não lembre, mas na história recente do Brasil tivemos apenas quatro presidentes eleitos pelo voto popular, em sete eleições (com exceção de Fernando Collor, todos os outros se reelegeram). Isso porque, desde a instituição do regime militar em 1964, os presidentes eram eleitos por voto indireto. E, dos quatro eleitos, dois sofreram impeachment, um está preso e apenas um saiu ileso. Ainda no período pós regime militar, por três vezes fomos governados pelo vice – uma vez pela morte de Tancredo Neves e duas após os processos de impeachment.

Voltando a situação atual, ainda no primeiro mandato de Dilma Rousseff o Brasil entrou uma em forte espiral de problemas que colocaram o país na sua pior recessão da história. A população estava endividada, a falta de confiança e uma sucessão de erros econômicos afugentaram investidores, a inflação disparou assim como a dívida pública.

A presidência ficou na mão do vice-presidente Michel Temer do PMDB que, apesar de estar junto com Dilma e o PT desde o início, a essa altura já se dizia oposição. Temer sabia o que fazer (ao menos no campo econômico) e nomeou uma excelente equipe para comandar Banco Central e Ministério da Fazenda. A estratégia deu certo, a confiança dos investidores começou a voltar e a economia a crescer. Mas Temer acabou sofrendo com os problemas de corrupção e os esforços que estavam concentrados no crescimento da economia voltaram-se para salvar sua própria pele.

Quando explodiram as denúncias contra Temer já estávamos a pouco mais de um ano da eleição. E foi isso que tornou essa eleição tão importante.

O mercado entrou em compasso de espera. Novos investimentos deixaram de ser feitos, investidores “tiraram o pé do acelerador” e a própria população começou novamente a sofrer com a falta de confiança. Estávamos muito perto de um novo divisor de águas e não fazia sentido qualquer decisão antecipada.

E o processo eleitoral, dessa vez, acabou sendo muito diferente dos anos anteriores. No início havia uma expectativa muito grande da entrada de um “outsider”, ou seja, alguém de fora da política, com passado limpo e que tivesse força para angariar votos. Foi o caso de Luciano Huck e Joaquim Barbosa. Seus nomes logo foram descartados e a partir daí não houve grandes novidades.

Os nomes, então, pareciam definidos, mas as alianças não. E estas ficaram para a última hora com mais uma grande peculiaridade. Alguns dos nomes com mais intenção de votos nas pesquisas ficaram praticamente sem coligações – o que lhes dava pouco tempo de televisão e poucos recursos do fundo partidário. Aqui cabe mais uma observação: essa é a eleição com menor tempo de campanha eleitoral e, ao que tudo indica, com a maior influência das mídias digitais – em detrimento da propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão.

Mas e aí, o que o futuro nos aguarda?

O Brasil ainda está afundado em problemas. Além da crise fiscal, perdemos o bonde de bonança no mundo dos últimos anos. Agora que temos a possibilidade de ver a nossa economia definitivamente começar a crescer, o mundo começa a dar sinais de arrefecimento.

Tivemos recentemente fortes problemas afetando Turquia e nossa vizinha Argentina. Em tese, o Brasil está numa situação bem melhor do que eles ou, ao menos, os problemas deles são diferentes dos nossos. Turquia e Argentina tem forte inflação e déficit fiscal (sai mais dólares de que entra na economia) – problemas que não temos aqui no Brasil.

Mas temos sim um grave problema de orçamento no país. O Brasil gasta mais do que pode e precisamos com urgência sair do “cheque especial”. Praticamente todos os candidatos dizem que vão combater esse problema. Alguns de uma forma liberal, diminuindo o tamanho do estado, abrindo o mercado e atraindo investimentos. Outros com fórmula contrária, querendo que o estado invista e seja o propulsor do crescimento – fórmula parecida com a que deu errado nos colocou nesse problema.

E de fato, todos tem chance. Estamos na eleição mais indefinida dos últimos tempos. Por isso a importância de escolhermos nosso candidato com a razão e não com a emoção. Buscar informações fidedignas e não se basear apenas nas “correntes” que recebemos todos os dias. Conhecer as propostas dos candidatos e, mais do que isso, pensar na viabilidade delas.

O Brasil é grande e tem um potencial imenso. Não podemos desperdiçá-lo mais uma vez.

 

Alexandre Amorim, CGA, CFP®


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