Carta do Gestor: abril/2018

  • 05/04/2018
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Desde 2002 que o período de eleição presidencial costuma ser sinônimo de volatilidade aos mercados. Nessa época, houve uma desconfiança muito grande sobre o que seria um governo de esquerda e, à medida que Lula subia nas pesquisas, a bolsa caia e o dólar subia. Para quem não lembra, o dólar chegou a ser cotado muito próximo de R$ 4,00, isso a 16 anos atrás!

Fato inverso acabou acontecendo em 2014, época da reeleição de Dilma. No início do ano o mercado dava como certa sua reeleição e os preços já precificavam isso, mas ao longo do ano candidaturas de oposição foram ganhando força e com isso, bolsa subiu e dólar caiu. Claro, não foi um período calmo e a volatilidade imperou – como quando a candidatura de Marina Silva ultrapassou os 20% de intenções de voto ou quando Aécio Neves teve uma votação no primeiro turno muito mais expressiva do que estimavam as pesquisas.

Com isso, já era de se esperar que houvesse volatilidade nesse ano de 2018. A agonia agora não é por conta do risco de um candidato ou plataforma específicos, e sim, pela falta disso! Já estamos chegando perto das eleições e, apesar de podermos contabilizar perto de 15 nomes com algum potencial, não há ainda a definição de alianças e de um nome forte.

E isso, associado a um governo desgastado e acuado, acabam gerando um quadro de completa estagnação.

A praticamente dois anos tivemos uma verdadeira “virada de chave” na condução da economia, que estabilizou a inflação e permitiu a queda dos juros num processo muito bem consistente e que, ao que tudo indica, terá vida longa. Isso animou investidores que costumam se antecipar aos fatos e seguir as probabilidades. Muito dinheiro entrou no país e com isso, mais uma vez, bolsa subiu e dólar caiu…

Agora chegou a hora da verdade. Sai a expectativa e começa a realidade.

De fato, a economia brasileira melhorou, mas ainda a muito para ser feito por aqui. Os projetos de longo prazo (infraestrutura, concessões, investimentos em empresas) ainda não saíram do papel. Imagine que você fosse um estrangeiro pensando em expandir seus negócios no Brasil investindo com perspectiva de 20 anos ou mais. Você faria isso agora ou esperaria a definição do próximo governo?

É justamente isso que está acontecendo. Além da falta de governabilidade do presidente e do congresso alheio ao mundo real, a economia está em compasso de espera para o que pode vir a acontecer – ou melhor – como o próximo governo conduzirá a economia.

É provável que nos próximos meses comecem a se desenhar as alianças partidárias e, com isso, comecem a se definir os possíveis cenários. De qualquer forma, ainda é esperada uma boa dose de volatilidade para os mercados até o fim do ano.

Lembrando que, volatilidade pode representar boas oportunidades para se fazer investimentos!

Alexandre Amorim, CGA, CFP®


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