ABC da educação financeira para crianças

  • 10/10/2019
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Entendendo a percepção do dinheiro

A percepção do dinheiro para uma criança é totalmente diferente do que para um jovem ou adulto. Para as crianças, o prazer da posse não está relacionado com o preço do “bem”, mas sim com a importância de ganhar algo, independentemente do valor.

Então, se seu filho, neto ou afilhado prefere ganhar um brinquedo baratinho ou prefere algo mais “lúdico” ou “prático”, entenda que a alegria da posse é o que mais importa para eles…

Significado de “presente”

Temos muitos significados para a palavra presente, como o derivado do latim praesentis, que significa “está à vista, ao alcance da mão”. Neste caso, vamos falar do sentido de lembrar, agradar, retribuir, surpreender…

É comum os pais e familiares darem presentes por qualquer motivo para as crianças. Porém, não devemos fazer isso. O ato de presentear deve ser algo que as crianças valorizem, desejem, sonhem! O ideal é se controlar e dar esses mimos em datas ou fatos marcantes nas suas vidas, como aniversário, natal, dia das crianças, ao largar as fraldas, quando escrevem as primeiras palavras, ao passar de ano…

Dinheiro, recompensas e trocas

Muitos pais utilizam o dinheiro para realizar “trocas” com as crianças. Por exemplo: se arrumar a cama, ganha, se escovar os dentes, ganha… Está comprovado que esse tipo de apelo não é adequado. A educação comportamental de uma criança não deve ser vinculada a “pequenos ganhos financeiros”. Esse tipo de recompensa é danoso e deturpa a percepção da criança. Uma ação que não seja da rotina da criança até pode ser recompensada eventualmente, mas os pais devem avaliar com muita cautela quando esse tipo de “recompensa” pode ser oferecida.

Conversando sobre dinheiro

É muito importante tornar o assunto dinheiro algo natural na família, explicando para as crianças de onde ele vem, porque ele existe, o que é “caro”, o que é “barato”… Criança é criança e temos que construir de forma gradual nas suas mentes porque usamos o dinheiro para adquirir coisas, pagar serviços e pessoas. É consenso que não devemos tratar as crianças como adultos na hora de falarmos sobre dinheiro. Se a criança deseja algo, mas não tem motivos para ganhar o que deseja, é uma boa oportunidade de valorar o bem desejado. Se a criança entender o valor monetário do bem e ir “guardando” até conseguir o item desejado, vai começar a construir uma relação sadia com o dinheiro.

Exemplos, exemplos, exemplos…

As crianças observam tudo! Se você é perdulário, ou seja, um verdadeiro gastador nato, a tendência é a criança achar que tudo é fácil, mágico. Nesses casos, a relação de “troca” não é percebida. É necessário a criança entender de alguma forma que temos que abrir mão de algo para obter alguma coisa. Por exemplo: se levar no cinema, tem que escolher um lanchinho e não dar tudo o que a criança quer… Outro exemplo legal é fazer listas ao ir ao supermercado ou mesmo para ir ao shopping. Se os pais se aterem a lista, a criança vai entender que o dinheiro é limitado ao necessário e não ao que simplesmente desejamos.

Quebrou, perdeu, ganhou?

Naturalmente as crianças quebram e perdem muitos objetos, mas não devemos ser benevolentes com isso. Temos que fazer com que elas entendam o valor das coisas. Por exemplo, quando a criança quebra um brinquedo, mesmo que não seja intencional, essa “perda” do brinquedo deve ser sentida por ela. Não devemos imediatamente repor o brinquedo. Se percebemos que é por total descuido, temos que ser mais atentos ainda e não “premiar” a criança pela sua negligência. Dá um aperto no coração, mas é o correto a se fazer.

Criança e solidariedade

A solidariedade tem muito a ver com o dinheiro. As crianças devem aprender desde pequenas que as coisas têm um custo e se não usamos ou não nos interessamos mais por um objeto, devemos doá-lo a alguém.

Uma boa prática é se reunir com as crianças em datas especiais, como no dia das crianças e natal e separar brinquedos, roupas e outros objetos para doar. Valorize o que seu filho separou para doação e ajude-o a fazer belos pacotes de presente. Essa prática vai fazer com que a criança perceba que valeu a pena cuidar e tratar com carinho os seus pertences, pois sempre terá uma outra criança que vai ficar muito feliz ao receber o que está sendo doado.

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