6 minutos – Vale a pena sacar o FGTS? Se for para pagar dívidas, com certeza

A partir de hoje até março do ano que vem, é possível sacar até R$ 500 de cada conta ativa ou inativa do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Mas será que vale a pena retirar esse dinheiro? Especialistas afirmam que, se não for para quitar dívidas, o ideal é resistir à tentação de sacar o Fundo.

Para lembrar o que aconteceu: o Ministério da Economia anunciou que serão permitidos saques de até R$ 500 de cada conta que o trabalhador mantém no FGTS. O dinheiro será liberado entre hoje até março do ano que vem.

Além disso, a partir do mês que vem, o cotista vai poder optar por dois modelos de resgate dos recursos no Fundo: sacar uma parcela do Fundo todos os anos, na época do seu aniversário (o chamado saque-aniversário), ou manter o funcionamento atual.

E afinal de contas, vale a pena sacar? A avaliação de especialistas é que, se não for para pagar dívidas, ou você não tiver uma emergência para o uso desse dinheiro, o melhor é não sacar.

Há algumas razões para essa avaliação:

A rentabilidade do Fundo melhorou bastante. Junto com as medidas, o governo anunciou o aumento de 50% para 100% da distribuição anual do lucro do FGTS aos cotistas. Em 2017, o rendimento foi de 1,72%. Em uma conta simples, se o lucro se mantiver, esse percentual pode aumentar para 3,4%. Somado aos 3% de correção anual, o rendimento total vai para 6,4%, mais do que a taxa básica de juros, a Selic.

“Se não precisar usar o FGTS por razão emergencial ou para reduzir dívida, é melhor manter no fundo”, afirma Roberto Vertamatti, diretor da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças). “Hoje, a remuneração do Fundo está interessante. Antes era 4%, 5% ao ano, bem aquém da inflação média em anos passados”.

Se você é mais tolerante a risco, pode investir em aplicações com maior retorno, como ações. Nesse caso, pode valer a pena, na ponta do lápis, sacar dinheiro do FGTS.

Como o próprio nome diz, o FGTS é uma garantia para dias difíceis. Se você sacar agora, essa poupança vai sendo desidratada, e sobrará menos recursos no momento em que você precisar desses recursos.

O gestor de investimentos Alexandre Amorim, da consultoria Par Mais, lembra que a primeira recomendação do planejador financeiro é que as pessoas tenham uma reserva de segurança.

“Para quem tem dívidas, sem dúvida vale a pena sacar para quitar ou amortizar o financiamento. As taxas de juros do crédito pessoal no Brasil são sempre muito maiores do que o rendimento”, afirma.

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