6 Minutos – Rebate: entenda o que é a remuneração a agentes que motiva briga entre XP e Itaú

  • 29/06/2020
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Itaú e XP são duas das maiores instituições financeiras do país e essa semana tornaram pública uma rixa que têm entre si. O motivo foi o rebate, a remuneração que o agente autônomo e assessor da XP recebe quando o cliente investe em produtos específicos e recomendados pelo agente.

O Itaú fala em “conflito de interesses”. Segundo o banco, a tendência é que os assessores orientem mais os produtos de maior rebate para eles próprios, ainda que não sejam as melhores opções de investimento. Isso melhora a situação do assessor, mas deixa o cliente com produtos ruins.

De onde sai o rebate? Da taxa de administração e performance dos fundos de investimento. Por exemplo, se você paga 2% ao ano de taxa de administração e outros 2% ao do de taxa de performance, uma parte disso vai para a corretora, que tem o produto na plataforma, para o assessor, que distribui o produto, e para o gestor do fundo.

O valor que vai para cada uma das partes é negociado entre eles. E a informação não está disponível para o investidor. Não é um dado informado na lâmina do fundo, explica Annalisa Dal Zotto, consultora de investimentos e planejadora financeira da ParMais.

É possível ter mais transparência nesse processo? Annalisa diz que sim. Para isso, consultor e assessor precisariam ser remunerados pelo serviço de orientação dos investimentos, e não pelos produtos que conseguem distribuir. Nesse formato, eles deixariam de depender dos produtos e seriam pagos pelo conjunto da obra para cada cliente.

Quanto mais eficazes fossem, mais clientes poderiam orientar.

A remuneração pelo conjunto da obra é o modelo da ParMais. Os consultores conversam com o cliente, entendem o perfil e preparam uma carteira específica. O trabalho de consultoria é pago direto pelo cliente, e independe da presença do produto x ou y.

E como fica o Itaú? Os bancos de forma geral não têm o problema do rebate, mas têm o problema da meta. Eles não recebem mais por um ou outro produto, mas precisam vender uma quantidade de seguros, previdências e capitalização, por exemplo.

No geral esses produtos são inferiores aos vendidos nas corretoras. O cliente acaba perdendo também, registra Annalisa.

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