Dá para guardar dinheiro e começar a investir mesmo ganhando pouco? Sim, é possível. Mas como tudo na vida, o caminho da multiplicação financeira exige disciplina, muita disciplina. Para começo de conversa, é preciso fazer aquilo que os especialistas chamam de se pagar primeiro: assim que o dinheiro cair na sua conta é preciso separar a parte que você vai investir e só então começar a gastar e pagar contas.
E esse se pagar primeiro não deve ser feito só uma vez ou outra. A lógica de guardar só quando sobrar é inimiga da disciplina. O dinheiro tem que ser guardado todo mês. Quanto? O máximo que você puder guardar. Quando? O quanto antes, pois quanto mais cedo você começar, maior será a quantia guardada. E dinheiro faz dinheiro.
Mas isso é só o começo da conversa. O caminho do investimento requer planejamento e visão de longo prazo. Veja o que especialistas ouvidos pelo 6 Minutos dizem sobre o assunto:
Primeiro de tudo você precisa ter o que guardar. Para isso acontecer, é necessário que sobre alguma coisa. “A pessoa precisa viver dentro do seu padrão, não pode gastar tudo o que ganha. Se ficar no zero a zero, já fica abaixo do seu padrão, pois se tiver um problema vai se endividar”, afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Se o que você ganha não é suficiente para investir e não existe nenhuma gordura para cortar do orçamento, então a saída pode ser buscar ampliar sua renda. Thomaz Fortes, gestor de fundos da Warren, diz que a melhor coisa a fazer quando se tem pouco patrimônio e se ganha pouco é investir em saúde e em educação.
“Quando você investe em educação, muda seu nível educacional. Quando passa de nível médio para superior e de superior para uma especialização, seu nível de renda aumenta. E quem cuida da saúde tem mais produtividade, mais lucidez, mais energia, se relaciona melhor com colegas de trabalho e isso traz ganho profissional”, afirma Fortes.
Marcela diz que existem gastos invisíveis que corroem o orçamento das famílias. Ela diz que são as contas que as pessoas pagam sem perceber, como o pãozinho na padaria, o chicletinho, o cafezinho, o streaming de música, a tarifa do banco, a internet. “Você precisa mesmo de tudo isso? Você utiliza todos os serviços pelos quais paga? Some tudo e veja ao final do mês quanto esses gastos representam do seu orçamento.”
Segundo ela, esses pequenos gastos podem representar pequenos investimentos, basta organizar as despesas pessoais.
Partir para o modo investidor exige antes a formação de uma reserva de emergência para arcar com os imprevistos da vida. Marcela diz que essa reserva deve ser equivalente a seis meses de gastos da vida da pessoa.
Segundo ela, existem duas motivações que podem fazer as pessoas a guardar dinheiro com mais facilidade. “O sonho e a aposentadoria. Só é preciso ter cuidado com o sonho, porque muita gente pensa que o sonho pode ser parcelado quando na verdade se guardar pra comprar à vista sai mais barato. Só precisa ter disciplina.”
Antes de decidir partir para investimentos ousados, o planejador financeiro Jailon Giacomelli, da Par Mais, recomenda que a pessoa estude um pouco sobre o mercado financeiro. “Para ganhar dinheiro é preciso assumir algum risco, então o desejado é se informar e estudar um.
Um dos desafios dos investidores é buscar rentabilidade com a taxa Selic em 5,5% e caindo. “A gente viva uma realidade muito estranha. Antes, a gente multiplicava o dinheiro com renda fixa pós-fixada. Hoje, a realidade do Brasil é mais parecida com o que se tem lá fora, onde é preciso ir para renda variável para aumentar o patrimônio”, afirma Thomaz, da Warren.
Só dá para investir se você tiver uma sobra de dinheiro. E o hábito de investir tem que ser feito sempre. “A primeira coisa a fazer é começar a guardar. Por isso é preciso gastar menos do que ganha para sobrar algo. Sobrando, comece a investir. Faça isso continuamente. Faça um esforço todo mês para ter esse investimento, é um exercício muito poderoso”, diz George Wachsmann, mais conhecido como Jojo, sócio e chefe da área de gestão da Vitreo.
Marcela, do SPC Brasil, afirma que esse hábito deve ser feito assim que o salário cair na conta. “Primeiro você investe e só depois paga as contas e gasta. Porque se esperar sobrar salário para investir, aí não vai sobrar.”
Segundo Jojo, a pessoa que começar a guardar dinheiro mais cedo terá muito mais facilidade para acumular um patrimônio maior lá na frente. “Se compararmos uma pessoa que começou a guardar dinheiro aos 20 anos com outra que começou aos 40, a diferença vai ser brutal.”
Cada especialista fala em um percentual mágico de quanto cada pessoa deveria começar a guardar por mês. Muita gente não investe porque acha que é preciso ter uma quantia muito elevada para aplicar o dinheiro. A dica de ouro é guardar quanto for possível. Porque se você colocar um percentual muito alto e inalcançável ficará difícil criar o hábito do investimento.
“A boa notícia é que hoje existem fundos que democratizaram o acesso a investimentos que antes eram exclusivos a quem tinha muito patrimônio. Hoje, o mercado oferece produtos muito legais para pessoas que tem muito pouco para investir”, diz Jojo.
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