A maioria das pessoas sabe que o FGTS pode ser utilizado na compra de um imóvel. Porém, nem todos sabem como usar o FGTS no pagamento de parcelas de um financiamento imobiliário.
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foi criado com o objetivo principal de proteger o trabalhador formal (CLT). Pode ser usado em situações como demissão sem justa causa, em caso de doenças graves e até em momentos de catástrofes naturais. Mas o FGTS também pode ser usado para alguns outros fins, como em financiamento imobiliário, por exemplo.
No início de cada mês os empregadores fazem o depósito de um valor correspondente a 8% do salário bruto de cada funcionário – valor este que não pode ser descontado deste salário.
Até 2017, o capital depositado no FGTS rendia uma taxa fixa de 3% ao ano + a Taxa Referencial (TR). Por causa da baixa remuneração, qualquer oportunidade de resgatar o dinheiro do fundo para investir em produtos financeiros que rentabilizavam acima dessa taxa, deveria ser aproveitada.
Porém, a regra foi alterada e, além dos 3% ao ano de remuneração, passou-se a distribuir também 50% da rentabilidade do próprio fundo.
A primeira distribuição ocorreu em 2018 (sobre o saldo de 2017) e foi equivalente a 1,72%. Com a regra que passa a valer a partir de agora (2019), será distribuído aos trabalhadores 100% da rentabilidade do fundo e, se tomarmos por base a distribuição do ano anterior, a rentabilidade extra seria de quase 3,5%. Ou seja, a rentabilidade, a partir de agora, pode ser equivalente ou até superior à taxa Selic. Outro detalhe importante é que o FGTS não tem tributação, ou seja, é isento de impostos.
Na prática não há a possibilidade de resgatar o saldo do FGTS quando se deseja, mas pode ser interessante utilizar o saldo acumulado para pagar parte do financiamento imobiliário, conforme falaremos neste artigo.
Para saber as regras de utilização do FGTS na compra ou amortização de financiamento de imóveis, acesse http://www.caixa.gov.br/voce/habitacao/Paginas/utilizacao-fgts.aspx.
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Depois da compra do imóvel ser efetuada, você pode usar o FGTS de três formas:
É possível reduzir em até 80% o valor das prestações em até 12 meses consecutivos, e esse procedimento pode ser feito anualmente. Aqui, este formato pode ser interessante para duas situações: um aperto momentâneo, onde o comprador do imóvel passa por uma situação onde precisa reduzir custos, e, no outro caso – se o proprietário do imóvel for disciplinado – pode utilizar esse valor de parcela para investir em produtos mais rentáveis que o FGTS e depois amortizar o saldo do imóvel quando for conveniente.
Se considerarmos um financiamento com parcelas decrescentes (SAC) de R$ 200.000 em 360 meses, com juros de 10% a.a., é possível ganhar cerca de R$ 1.000 em um ano, se os 80% das 12 parcelas seguintes – cerca de R$ 20.000 – do imóvel forem economizados e investidos a 7% a.a..
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Se usarmos os R$ 20.000 do FGTS para amortizarmos o saldo devedor, mas mantendo os 360 meses, o valor da parcela diminuirá cerca de R$ 200/mês, diferença que reduzirá com o passar do tempo (lembre-se que estamos falando de um financiamento SAC, o mais utilizado hoje). Na mesma situação anterior, se for possível investir essa “sobra” todos os meses a 7% a.a., obtém-se uma economia que, com o tempo, pode ser usada para amortizar cada vez mais este saldo.
É uma boa estratégia para quem tem expectativa de ter a renda menor com o passar do tempo, ou mesmo maiores gastos. A desvantagem é a de que, sem diminuir o prazo do financiamento, continuam as cobranças de seguro e custo administrativo o que, dependendo da idade do comprador, pode ser bem caro.
Usando o mesmo exemplo acima, o comprador poderia usar os cerca de R$ 20.000 de FGTS para reduzir o número de parcelas. Nesse caso, reduziram-se quase 40 parcelas, de 360 para 320. A vantagem é que a amortização é líquida, ou seja, você abaterá valores sem a incidência de juros ou dos seguros e custo administrativo, se livrando desses gastos nesse número de parcelas abatido. Essa geralmente é a melhor opção, e também é a mais adequada para quem tem perspectiva de conseguir pagar o valor cheio das parcelas.
Nos dois últimos cenários a utilização do FGTS pode ser feita, no mínimo, a cada 2 anos.
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Para responder à pergunta “como posso usar o FGTS depois da compra de um imóvel” não é possível “cravar” o que é melhor, pois cada situação tem suas particularidades. Porém, dificilmente se achará num financiamento uma taxa menor do que o FGTS oferece de rentabilidade, por isso, sempre que possível utilize esse recurso.
É muito importante não esquecer que esse fundo é uma poupança, portanto sempre tenha em mente manter uma reserva de segurança pois, no caso de perder o emprego, por exemplo, você não resgatará nada se tiver utilizado esse total.
Para uma avaliação criteriosa, conte com o time da Par Mais, aqui analisamos, com detalhes, cada situação e auxiliamos o cliente a tomar a melhor decisão.
Confira as últimas mudanças do FGTS: rentabilidade, extinção de multa adicional, ampliação e unificação do limite do valor imóvel nos financiamentos e liberação de uso em consórcios.
Par Mais – Publicado em 23.09.2016, revisado em 14/08/2019
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